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Potência militar ásiatica faz parceria com Brasil para operação da maior coalizão naval do mundo

Marinha brasileira assume protagonismo em coalizão internacional que protege rotas estratégicas do comércio mundial

Créditos: Marinha do Brasil - divulgação
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A Marinha do Brasil assumiu o comando da Operação Mare Liberum V, uma das missões navais mais estratégicas do mundo, voltada ao combate à pirataria e à proteção das principais rotas marítimas no Oceano Índico Ocidental.

A operação é conduzida pela Força-Tarefa Combinada 151 (CTF-151), sob o comando das Combined Maritime Forces (CMF) — a maior coalizão naval internacional existente, com 47 países participantes.

A missão envolve meios navais e aéreos de diferentes nações, incluindo aeronaves de patrulha marítima do Japão, como o modelo P-3 Orion, além de embarcações de países parceiros.

As operações concentram-se em áreas críticas para o comércio global — como o Golfo de Áden, o estreito de Bab al-Mandeb e a Bacia da Somália — regiões vulneráveis à atuação de piratas e grupos armados.

Segundo o comandante da CTF-151, contra-almirante Marcelo Lancellotti, o foco é garantir a segurança das rotas marítimas por meio de cooperação e troca de informações entre as marinhas participantes.

“Nosso objetivo é manter os mares seguros por meio de cooperação, coordenação e comunicação. Ao alinhar patrulhas e compartilhar dados, fortalecemos a ação conjunta e contribuímos para o fluxo contínuo do comércio marítimo”, afirmou o oficial brasileiro.

Tecnologia e integração entre forças

Durante a Mare Liberum V, as marinhas participantes realizam patrulhas conjuntas, monitoramento eletrônico e intercâmbio de informações estratégicas. A missão tem apostado na combinação entre dissuasão e inovação tecnológica, com o uso crescente de drones, sistemas não tripulados e equipamentos de vigilância avançada, que ampliam a capacidade de resposta a incidentes no mar.

Essa integração representa um avanço na interoperabilidade entre forças navais de diferentes continentes, reforçando a prevenção de ataques e a reação rápida diante de ameaças. Para a Marinha brasileira, a liderança da operação consolida o papel do país como ator relevante em missões internacionais e na segurança marítima global.

Diálogo jurídico e cooperação internacional

Além das ações navais, a operação inclui o Law Seminar on Counter Piracy Actions, um seminário internacional que reunirá especialistas e autoridades jurídicas para discutir os fundamentos legais das operações antipirataria. A iniciativa busca fortalecer a ordem marítima baseada em regras e aprimorar a cooperação entre países.

A CTF-151 também mantém diálogo permanente com a indústria marítima internacional, incentivando as Boas Práticas de Gestão em Segurança Marítima (Best Management Practices – Maritime Security). O objetivo é estimular o relato rápido de atividades suspeitas, aprimorar a cooperação com empresas de navegação e adotar medidas preventivas para reduzir riscos de ataques.

Durante a Mare Liberum V, o Brasil e seus parceiros realizam treinamentos conjuntos com forças navais da África e do Oriente Médio, voltados à capacitação técnica, padronização de procedimentos e fortalecimento da interoperabilidade. Esses exercícios reforçam o papel do país como parceiro estratégico e promotor da paz em águas internacionais.

Criada em 2009, a Força-Tarefa Combinada 151 atua no Internationally Recommended Transit Corridor (IRTC), um corredor internacional de navegação segura para embarcações comerciais, patrulhado em conjunto com a Força Naval da União Europeia (EUNAVFOR) e outras nações aliadas.

 

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