O presidente da Rússia foi aconselhado por seu ministro da Defesa, Andrey Belousov, a iniciar preparativos para a retomada de testes nucleares na atmosfera.
Vladimir Putin respondeu que fará isso, se os Estados Unidos ou qualquer outro país signatário violar o acordo internacional que bane as explosões.
Te podría interesar
O último teste de se que sem confirmação foi feito pela Coreia do Norte, em 2017. O país nunca aderiu ao acordo.
Esta é a resposta do Kremlin a Donald Trump, que autorizou o Pentágono a retomar os testes.
Guerra de nervos
Horas antes, Putin havia premiado pesquisadores e engenheiros que desenvolveram o míssel intercontinental manobrável Burevestnik e o torpedo Poseidon.
Analistas militares citados pela mídia ocidental dizem que Putin está fazendo "guerra de nervos" com Donald Trump, enquanto os dois países e a Ucrânia tentam chegar a um acordo de cessar-fogo.
O supertorpedo Poseidon, lançado de submarinos e movido a energia nuclear, tem 20 metros de comprimento, pesa 100 toneladas e tem alcance de até 10 mil quilômetros. Teria a capacidade de gerar tsunamis em regiões costeiras. Os russos se referem a ele como a arma "do Juízo Final".
Já o ICBM Burevestnik fez um vôo de 15 horas no dia 21 de outubro. Como é manobrável e não faz a trajetória balística tradicional, que pode ser prevista a partir do lançamento, o míssil tem o potencial de furar qualquer sistema anti-mísseis.
Trump fala em construir nos EUA uma Cúpula de Ouro, que daria proteção a todo o território dos EUA.
Frustrado com a falta de um acordo na Ucrânia, Trump tem batido o bumbo da Guerra Fria nas últimas semanas. Ele acusou a Rússia e a China de terem feito testes nucleares secretos e afirmou que os EUA vão retomar os seus.
Sob novas sanções dos EUA no setor petrolífero, Moscou determinou que a estatal Lukoil venda todos os seus bens no Ocidente. Uma empresa suiça está interessada, mas o negócio pode ser bloqueado por autoridades.
A Rússia afirma que, se isso acontecer, a própria União Europeia vai sofrer com a falta ou aumento do preço de combustíveis, já que duas refinarias na Romênia e na Bulgária estão paralisadas.
Trump afirmou que os EUA estão preparados para substituir todas as exportações de energia da Rússia.
Exemplo na Ucrânia
Desde 1997, os Estados Unidos promoveram várias rodadas de expansão da OTAN em direção à Rússia.
Esta foi uma das justificativas de Moscou para a "operação militar especial", ou seja, a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
A OTAN opera instalações anti-mísseis na Polônia e na Romênia.
O Kremlin argumenta que a aliança militar ocidental pode transformá-las rapidamente em bunkers de ataque.
Quanto mais próximos os mísseis nucleares do Ocidente estiverem da Rússia, menor seria o tempo de reação de Moscou a uma primeira onda de ataque.
Vladimir Putin quer traçar na Ucrânia um limite.
Assessores dele dizem que cerca de 10 mil soldados da Ucrânia estão sob cerco na frente de batalha, que a Rússia está vencendo a guerra e não tem motivos para fazer concessões territoriais.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, diz que é propaganda e sustenta que seu país já tem condições de prolongar o conflito por ao menos três anos.