Em meio à guerra comercial com os Estados Unidos, de iniciativa de Donald Trump, autoridades chinesas começaram a exercer forte controle sobre a exportação de terras raras e de ímãs de terras raras de alta performance.
Tais ímãs não perdem o magnetismo sob altas temperaturas ou em campos elétricos. São componentes essenciais para uma gama de produtos de alta tecnologia, inclusive carros elétricos, robôs, drones, mísseis e naves espaciais.
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Em tese, os alvos da iniciativa chinesa são empresas de Defesa dos Estados Unidos, mas companhias como a Tesla, de Elon Musk, também podem ser afetadas.
China e Japão produzem praticamente 100% das terras raras disponíveis no mercado, com os chineses controlando cerca de 90%.
Trump de olho na Groenlândia
Ao justificar suas recentes tratativas com Vladimir Putin, o presidente Donald Trump chegou a dizer que a Rússia poderia se tornar um fornecedor de terras raras para os Estados Unidos.
Washington também fala em explorar terras raras na Ucrânia e na Groenlândia, mas seriam todos projetos de longo prazo.
Ao anunciar os controles sobre a exportação, o China Daily disse tratar-se de medida de segurança nacional e reproduziu promessa da Associação da Indústria de Metais não Ferrosos do país:
Desde que as empresas não estejam envolvidas em atividades que comprometam a soberania nacional, a segurança ou os interesses de desenvolvimento da China, as medidas de controle de exportação não afetarão suas operações comerciais e atividades comerciais normais, muito menos a estabilidade e a segurança das cadeias industriais e de suprimentos internacionais.
Ou seja, Beijing não quer perder o status de fornecedor confiável para a indústria dos Estados Unidos, Alemanha, Japão e outros países.
Os controles mais amplos de exportação adotados pela China incluem sete tipos de terras raras: samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio.
Vietnã, Malásia e Brasil
No domingo, um porta-voz do Ministério do Comércio da China saudou a decisão da Casa Branca de isentar de tarifas aparelhos eletrônicos importados pelos Estados Unidos:
Notamos que isso marca o segundo ajuste que os EUA fizeram em sua política desde que adiaram a imposição de altas "tarifas recíprocas" a certos parceiros comerciais em 10 de abril. Isso pode ser visto como um pequeno passo para corrigir sua prática unilateral errônea de "tarifas recíprocas".
Além de impor suas próprias sanções, a China busca fechar novos acordos comerciais com países importantes como o Vietnã, Malásia e Camboja, que estão sendo visitados por Xi Jinping.
É neste contexto que o líder chinês receberá o presidente Lula em maio.
A China impôs tarifas à importação de produtos agrícolas dos Estados Unidos e pode substituí-los comprando mais soja e carne bovina do Brasil, por exemplo.
Isso explica, em parte, a recente aproximação do lobby do agro no Congresso com o governo Lula, ajudando a aprovar em tempo recorde a Lei da Reciprocidade.
Os chineses miraram na soja estadunidense porque ela é produzida em estados cujos eleitores, em sua maioria, ajudaram a levar Donald Trump de volta à Casa Branca.