A Anistia Internacional afirmou que os primeiros 100 dias do novo mandato de Donald Trump aceleraram retrocessos nos direitos humanos em escala global. No relatório anual da organização, que avalia 150 países, o ex-presidente dos EUA é apontado como um dos principais responsáveis por fortalecer governos autoritários, enfraquecer normas internacionais e ampliar o poder de grandes corporações sem limites.
O documento fala em “queda livre” dos direitos humanos e destaca a omissão diante da crise climática, o aumento da repressão à oposição política e a onda de ataques a migrantes, refugiados, mulheres, meninas e pessoas LGBTQ+. Segundo a Anistia, esse cenário foi agravado pela postura de Trump, que teria incentivado retrocessos semelhantes em outras partes do mundo.
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Sacha Deshmukh, diretor da Anistia no Reino Unido, classificou como "aterrorizante" a forma como Trump deslegitimou instituições criadas para proteger direitos e garantir justiça internacional. Já a secretária-geral da entidade, Agnès Callamard, afirmou que ele demonstrou “desprezo total” pelos direitos universais, abrindo espaço para ações abusivas de governos e aliados corporativos.
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A organização cita casos como o uso de força letal contra manifestantes em Bangladesh, repressão após eleições em Moçambique e restrições severas a protestos na Turquia. Também chama atenção para a falta de resposta internacional diante das denúncias de violência sexual em massa cometida por milícias no Sudão.
Outro ponto de crítica foi o corte de ajuda externa dos EUA, que piorou crises humanitárias em países como Iêmen e Síria. Na Faixa de Gaza, a Anistia acusa Israel de desrespeitar o direito humanitário em suas operações militares. A entidade também denuncia o aumento de ataques russos contra civis na Ucrânia em 2024, enquanto Trump defende que Kiev ceda território a Moscou.
O relatório ainda aponta que, sob influência de Trump, a saída dos EUA do Acordo de Paris e o fracasso da COP29, dominada por interesses de petroleiras, colocam em risco o futuro climático. Para a Anistia, o mundo caminha para mais desigualdade, impunidade e desproteção — e a responsabilidade, em parte, está na liderança dos Estados Unidos.
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