GUERRA NA UCRÂNIA

Após encontro entre Lula e Xi, Brasil e China apoiam proposta de Putin sobre guerra na Ucrânia

Putin anunciou que propôs a Zelensky negociação direta entre os dois países para por fim ao conflito, que já dura mais de 3 anos. O presidente ucraniano exigiu um cessar-fogo e classificou a proposta como "sinal positivo".

Lula e Xi Jinping (à esquerda) em almoço com Vladimir Putin no Kremlin.Créditos: Ricardo Stuckert / PR
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Após recepção de Xi Jinping a Lula na sede do governo em Beijing, China e Brasil divulgaram uma nota de apoio à proposta de Vladimir Putin, presidente da Rússia, para negociar diretamente com Volodymyr Zelensky o fim da guerra na Ucrânia.

"O Brasil e a China acolhem a proposta feita pelo Presidente Vladimir Putin no dia 10 de maio de abrir negociações para a paz, bem como a manifestação positiva de Volodymyr Zelensky no mesmo sentido", diz a declaração conjunta entre os dois países.

Putin anunciou nesta segunda-feira (11) que propôs a Zelensky uma negociação direta entre os dois países para por fim ao conflito, que já dura mais de 3 anos. O presidente ucraniano exigiu um cessar-fogo e classificou a proposta como "sinal positivo".

"Oferecemos às autoridades de Kiev que retomem as negociações já na quinta-feira (15), em Istambul" , disse Putin.

Nesta terça-feira (13), por sua vez, Zelensky afirmou que "não se reunirá com nenhum outro representante russo em Istambul, exceto Putin", exigindo a presença do presidente russo na Turquia, onde estão sendo conduzidas as negociações.

Caso ocorra, será o primeiro encontro entre os dois desde dezembro de 2019. Em 2022, Putin deu início à invasão russa ao território ucraniano acusando Zelensky de incitar grupos neonazistas e se aliar à Organização do Tratado Atlântico Norte, a Otan, que, segundo o presidente russo, teria a intenção de colocar tropas na fronteira com o país.

Na declaração conjunta, Brasil e China dizem que "esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito".

"O Brasil e a China avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes. Eles consideram necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia em suas raízes com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final", diz o texto.

Leia a íntegra

Declaração conjunta Brasil-China sobre a crise na Ucrânia

(Pequim, 13 de maio de 2025)

  1. O Brasil e a China acolhem a proposta feita pelo Presidente Vladimir Putin no dia 10 de maio de abrir negociações para a paz, bem como a manifestação positiva de Volodymyr Zelensky no mesmo sentido.
     
  2. Os governos do Brasil e da China esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito.
  3. O Brasil e a China avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes. Eles consideram necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia em suas raízes com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final.
  4. Comprometidos com esse objetivo, em maio de 2024 o Brasil e a China conclamaram todas as partes a criar condições para a retomada do diálogo e, em setembro, lançaram nas Nações Unidas o Grupo de Amigos da Paz, que congrega países do Sul Global.
  5. O Brasil e a China seguem à disposição, junto com o Sul Global, para continuar apoiando os esforços para pôr fim ao conflito.
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