Neste domingo (18), houve eleições legislativas na Cidade Autônoma de Buenos Aires, considerada uma possível "prévia" das eleições federais para o fim do ano.
A cidade mais importante do país e reduto histórico da direita neoliberal tradicional argentina viu um resultado histórico neste fim de semana.
O primeiro lugar foi conquistado pelo partido de Milei, o La Libertad Avanza, na figura do porta-voz do governo, Manuel Adorni (30%). Em segundo lugar, o Partido Justicialista, ligado a Cristina Kirchner e Axel Kicillof, com Leandro Santoro (27%), com seu melhor resultado em décadas. E as duas forças do "tucanismo" argentino — Sílvia Lospennato (15%) e Horácio Larreta (8%) — não conseguiram manter sua histórica dominância.
Porém, as eleições renovaram apenas metade das cadeiras do parlamento municipal, o que mantém a direita neoliberal tradicional no poder.
O grande derrotado da eleição foi Maurício Macri, ex-presidente do país, que tem aberto um racha na direita se confrontando com Javier Milei.
"Macri fala há mais de uma década que é preciso acabar com o kirchnerismo. Com a derrota humilhante de hoje, quem caminha para isso é o seu partido (PRO), cujo eleitorado migrou em peso para a extrema-direita", analisa o jornalista Rogério Tomaz Júnior.
"Milei é o grande vencedor, sem dúvida, mas o peronismo teve a sua melhor eleição na cidade de Buenos Aires. Ainda assim, 7 em cada 10 eleitores portenhos votaram CONTRA o candidato do governo (Manuel Adorni, o porta-voz de Javier Milei, com uma viabilidade imensa), mas o comparecimento foi baixíssimo (53,4%) e não dá pra especular que isso seja indicador de cenário ruim para o presidente", afirma.