O governo brasileiro foi convidado para liderar um grupo de trabalho (GT) da Organização das Nações Unidas (ONU) que irá negociar a criação do Estado da Palestina. A medida visa a Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, marcada para junho deste ano.
Além do Brasil, o Senegal também irá liderar o grupo. Os dois países foram convidados pela França e pela Arábia Saudita, nações que lideram a organização da conferência. A discussão tem o objetivo de alcançar a solução de dois Estados para o fim dos ataques de Israel à Gaza e o reconhecimento do direito internacional da Palestina.
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O Brasil tem um histórico de defesa da solução de dois Estados para acabar com o conflito entre Israel e Palestina. Essa posição foi reforçada no último ano pelo presidente Lula (PT) durante a guerra entre Israel e Hamas, que se tornou um genocídio de palestinos em Gaza. O Estado brasileiro também tem seu reconhecimento pelo diplomata brasileiro Oswaldo Aranha ter sido peça-chave na aprovação da resolução 181 na ONU, que lançou para a criação do Estado de Israel em 1947.
"Um objetivo claro orienta nosso Grupo de Trabalho: identificar ações concretas que os Estados podem adotar para cumprir e promover o cumprimento do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, a fim de facilitar e acelerar a solução imposta da Questão da Palestina e a implementação da solução de dois Estados", explicou o embaixador Sérgio Danese, representante do Brasil na ONU.
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“Acreditamos firmemente que o direito internacional não é apenas um conjunto de princípios a serem respeitados: ele também é um roteiro para a justiça e a paz e deve ser aplicado”, destacou.
Ainda não há informações sobre quantos países irão participar do GT, mas Danese destacou o convite para que as nações se envolvam "ativamente nas discussões". "Também incentivamos a participação de representantes de todo o sistema das Nações Unidas - incluindo fundos, programas, agências especializadas e comissões regionais - bem como as instituições de Bretton Woods. Suas perspectivas e contribuições são essenciais para uma abordagem holística e coordenada", defendeu.
Lei internacional
Danese acrescentou que as discussões do GT não têm só como objetivo cessar a guerra, impedir a ocupação ilegal, a expansão dos assentamentos e a mudança imposta, "mas também fazer cumprir a lei internacional para proteção civil, facilitar a assistência humanitária e promover a paz por meio de uma cooperação reforçada com o Estado da Palestina".
A guerra entre Israel e Hamas já dura mais de um ano e seis meses e se tornou um genocídio palestino provocado pelas forças israelenses, como já denunciaram diversos órgãos internacionais. Ao todo, mais de 50 mil palestinos já foram mortos durante o conflito.
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