Disposto a levar ao Brasil ao caos, se for necessário, para livrar o pai, Jair Bolsonaro (PL), da prisão, Eduardo Bolsonaro (PL) falou em "sacrificar tudo" e "queimar toda a floresta" ao se dirigir a Washington para novas reuniões com representantes do governo Donald Trump na Casa Branca.
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Eduardo e Paulo Figueiredo, neto do ditador João Baptista Figueiredo e seu cúmplice na conspiração contra o Brasil, embarcaram para a capital dos EUA levando um dossiê para apresentar a autoridades do governo Trump sobre os efeitos da guerra tarifária e da sanção ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No vídeo divulgado nos stories de seu perfil no Instagram, o filho "02" de Bolsonaro fala que "vai continuar trabalhando até eles entenderem que perderam o poder e encontraram um adversário mais poderoso", em recado direcionado especialmente a Moraes, relator do julgamento da organização criminosa que tentou um golpe de Estado no Brasil.
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"Então, que seja com o menor sacrifício possível, mas se for necessário, iremos sim sacrificar tudo e queimar toda a floresta", emendou Eduardo, mostrando que está disposto a provocar o caos no Brasil para evitar a prisão do pai.
Arapongas de Trump
Atuando como arapongas - termo que se popularizou para classificar os espiões da Ditadura - de Donald Trump no Brasil, Eduardo e Paulo Figueiredo levarão à Casa Branca nesta quarta-feira (13) um dossiê com a narrativa bolsonarista sobre os efeitos do tarifaço e da sanção a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), pela Lei Magnitsky no Brasil.
No documento, os dois conspiracionistas vão reclamar da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), decretada por Moraes após o ex-presidente infringir as medidas restritivas e que ocorreu após a sanção contra o ministro do STF.
Segundo a narrativa que será levada à Casa Branca, Moraes não consultou o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, e outros integrantes da corte pois estaria "isolado" e poderia não ter apoio. Na verdade, Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal (PF), que já havia pedido inclusive a prisão preventiva do ex-presidente quando o ministro optou por colocar a tornozeleira eletrônica.
Eduardo e Figueiredo, que foi sócio de Trump em empreendimentos suspeitos no Brasil, ainda levarão narrativas plantadas pelos próprios bolsonaristas na mídia liberal de que haveria um racha no Supremo e Moraes teria sido repreendido pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso, e o decano, Gilmar Mendes, que por mais de uma vez já saiu em defesa do relator do julgamento da tentativa de golpe.
O dossiê ainda repercute a ação golpista dos parlamentares bolsonaristas, que fizeram um motim no Congresso Nacional pedindo a anistia a Bolsonaro e o impeachment de Moraes.
Fator Lira
O dossiê ainda vai revelar os bastidores da negociação do motim e a intermediação de Arthur Lira (PP-AL) de um acordo com a bancada bolsonarista para pressionar o atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a colocar o PL da Anistia em pauta.
Segundo o documento de Eduardo, Lira teria se comprometido com bolsonaristas, à revelia de Motta, a colocar na pauta a anistia e o fim do foro privilegiado - uma nova estratégia para tentar tirar o julgamento da quadrilha golpista de Bolsonaro do STF.
Os deputados bolsonaristas chegaram a anunciar o acordo, dizendo que tema seria colocado em pauta nesta semana. Mas, diante da negativa de Motta, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), foi à tribuna e, ladeado pela bancada, pediu perdão ao presidente da casa pela divulgação da mentira nas redes sociais.
No dossiê, Eduardo e Figueiredo vão fortalecer outra tese fictícia, de que haveria "chantagem" dos ministros do Supremo sobre parlamentares que defendem a pauta bolsonarista.
O documento ainda mostrará dados de uma pesquisa do Instituto de Planejamento Estratégico (Ibespe), que destoa de outros institutos para favorecer a narrativa bolsonarista.
Mesmo nas pesquisas desse instituto, a maioria da população (43,5%) é contra a sanção de Moraes pela Lei Magnitsky - 42,6% seriam a favor. O instituto bolsonarista ainda mostra Lula como "culpado" pela taxação por 25,3%, diante de 19,9% de Trump e 11,5% de Bolsonaro. A pesquisa aponta ainda que apenas 2,6% acreditam que o próprio Eduardo é responsável pela guerra comercial ao Brasil.