Em uma das maiores mobilizações já vistas em Sydney, mais de 300 mil pessoas marcharam neste domingo (3) pela Ponte Harbour, em um ato pró-Palestina que paralisou um dos principais cartões-postais da Austrália. A manifestação, organizada pelo Palestine Action Group, denunciou o genocídio de palestinos promovido por Israel na Faixa de Gaza e contou com a presença do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que participou ao lado da família e do ex-ministro das Relações Exteriores australiano Bob Carr.
Mesmo sob forte chuva, a marcha teve início após concentração no Lang Park, no centro da cidade, e fechou a ponte para o tráfego às 11h30 (horário local). Ao longo dos 1,2 quilômetros de extensão, os manifestantes carregaram bandeiras palestinas e cartazes exigindo “sanções severas contra Israel” e um cessar-fogo imediato.
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A senadora de esquerda Mehreen Faruqi discursou no ato e declarou que a mobilização “faria história”, pedindo o fim das ofensivas israelenses que já mataram mais de 60 mil palestinos, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza reconhecidos pela ONU. O conflito teve início após o ataque do Hamas a Israel em 2023, que deixou 1.219 mortos, a maioria civis.
Assange, que retornou à Austrália em 2024 após um acordo com os Estados Unidos que encerrou sua perseguição judicial, não falou com a imprensa nem discursou para o público. Ainda assim, sua presença foi celebrada pelos participantes como um gesto de apoio à causa palestina.
A polícia do estado de New South Wales (NSW) mobilizou centenas de agentes adicionais para acompanhar o protesto e, às 15h, enviou mensagens de texto em massa aos celulares da região pedindo a dispersão por razões de segurança pública. Apesar disso, o ato ocorreu de forma pacífica.
As estimativas de público variaram: a polícia inicialmente falou em 90 mil presentes, depois reconheceu 100 mil, enquanto os organizadores afirmaram que agentes mencionaram até 300 mil participantes. O vice-comissário interino da Polícia de NSW, Peter McKenna, classificou a manifestação como “o maior protesto que já presenciei em Sydney”.
Organizadores afirmaram que a mobilização histórica expôs o crescente isolamento internacional de Israel e a pressão global pelo fim das operações militares em Gaza, que têm provocado fome generalizada e devastação na região.
*Com informações da AFP