Aborto legal: "Gestar uma gravidez indesejada é um ato de tortura", diz senadora argentina Ana Almirón

A votação está em 21 a 9 e deve ir até as 4h da manhã; até o momento, três parlamentares "indecisas" migraram para o lado "verde", favorável ao projeto de interrupção voluntária da gravidez

Ana Almirón | Reprodução/YouTube
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A sessão da votação do projeto de lei da interrupção voluntária da gravidez, apresentado pelo governo do presidente Alberto Fernández, no Senado da Argentina está sendo marcada por longos discursos e uma pequena vantagem a favor do projeto após a definição de três senadoras que estavam "indecisas". A previsão é que os discursos terminem apenas às 4h da manhã de quarta-feira (30).

Os discursos das senadoras e dos senadores tem sido acompanhados de perto pela população, que comenta cada fala nas redes sociais.

A declaração da senadora Ana Almirón, do bloco Frente de Todos (governista) da província Corrientes, foi uma das que mais chamou atenção nas redes e fez o nome de Almirón entrar nos assuntos mais comentados no Twitter.

"Esta lei é a justiça social porque iguala o acesso à saúde para ricos e pobres; porque protege meninas e mulheres jovens; porque equivale à empatia aquela desigualdade de origem com um Estado presente preservando a saúde de todos", declarou a parlamentar.

Almirón destacou que em Corrientes há muitos casos de meninas de 11 e 12 anos que são obrigadas a continuar uma gestação indesejada. "Ser obrgiada a gestar uma gravidez completa quando não desejada é um ato de tortura”, declarou a parlamentar, lembrando do caso da menina Lucía, obrigada a dar a luz com 11 anos após ser estuprada.

Mais cedo, ganhou grande repercussão a fala de Silvina Garcia Larraburu. A senadora havia votado contra o projeto de aborto legal em 2018 e agora foi favorável à medida. "Todos nós somos vítimas de um processo criado por e para os homens. Não é fácil desconstruir. Aprendi que nada pode impedir o curso da história", declarou. A parlamentar era uma das icógnitas da votação.

Outro voto muito aguardado foi o de Stella Ollala, que também aparecia nas "contas" como indefinida. A parlamentar da UCR de Entre Ríos afirmou que seu voto busca "reduzir as mortes e as gravíssimas consequências das mulheres que abortam na clandestinidade".

Quem também se juntou ao lado "verde" - a favor do projeto - foi Lucila Crexell, do Movimiento Popular Neuquino. Crexell também havia sido "celeste" - contra o aborto - em 2018.

Segundo projeções do La Nación,do Clarín e do Minuto1, as verdes está com uma vantagem de 3 a 4 votos, mas ainda há 2 ou 3 parlamentares "indefinidos".

Em caso de empate, a definição fica com a vice-presidenta Cristina Kirchner, que é favorável ao projeto.

Atualização às 22h32

Assista:

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