Acadêmicos aconselham Biden a se afastar de Bolsonaro para ser “figura confiável na luta pela democracia”

Novo presidente dos Estados Unidos recebeu documento recomendando exigir do presidente brasileiro que as importações do país não estejam vinculadas ao desmatamento ou abusos dos direitos humanos

Jair Bolsonaro e Joe Biden (Foto: Montagem)
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A nova administração da Casa Branca ainda não emitiu sinais claros sobre como será a relação entre os Estados Unidos de Joe Biden e o Brasil de Jair Bolsonaro. Se supõe que não haverá a mesma sintonia ideológica dos tempos de Donald Trump, mas os parâmetros reais das tratativas entre Washington e Brasília ainda estão no campo das recomendações.

Por exemplo, uma reportagem da BBC News Brasil, publicada nesta quarta-feira (3), afirma que o presidente estadunidense recebeu um dossiê, dias atrás, recomendando um distanciamento do Brasil e do governo de Jair Bolsonaro, “devido a suas tendências autoritárias”.

O documento foi elaborado e apoiado por mais de uma centena de acadêmicos estadunidenses, alguns ligados a universidades famosas, como Harvard e Columbia, outros relacionados a entidades e organizações como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e a U.S. Network for Democracy in Brazil – esta última principal organizadora da iniciativa.

O objetivo do grupo foi o de alertar Biden que a proximidade entre Trump e Bolsonaro “colocou em xeque o papel de Washington como um parceiro confiável na luta pela proteção e expansão da democracia”. Logo, aconselhou o atual mandatário de que sua intenção de resgatar para o país essa imagem de defensor da democracia requer se desvencilhar das ligações com o colega brasileiro.

O texto, que recomenda que Biden imponha restrições às importações brasileiras, “a menos que se possa confirmar que as importações não estão vinculadas ao desmatamento ou abusos dos direitos humanos”.

Aliás, Biden já havia feito alusão a uma postura semelhante em um debate contra Trump, quando o acusou de apoiar o desmatamento da Amazônia promovido por seu aliado Bolsonaro.