Acordo de Alcântara visa combater ambições espaciais da China, diz instituto conservador dos EUA

Em artigo, diretor do Hudson Institute, que agrega conservadores estadunidenses, fala em "nova Guerra Fria", desta vez com a China

Bolsonaro e Trump (Foto: Alan Santos/PR)
Escrito en GLOBAL el
A Coluna de Nelson de Sá na Folha de S. Paulo repercute, nesta quarta-feira (03), reportagem publicada pelo site de tecnologia The Verge, que aponta dificuldades para a viabilização econômica da exploração pelos Estados Unidos da Base Espacial de Alcântara, no Maranhão. Criando ainda mais especulações em torno das motivações do acordo preliminar assinado entre Jair Bolsonaro e Donald Trump no mês passado, artigo do diretor do Hudson Institute - instituição que defende o conservadorismo nos EUA -, Sean Kelly, para o The Hill sugere que a autorização para o lançamento de mísseis, foguetes e satélites norte-americanos a partir do território brasileiro pode ser um instrumento para combater as ambições espaciais da China. O articulista fala, até mesmo, em uma suposta nova Guerra Fria (marcada, entre ouros aspectos, pela corrida espacial entre EUA e a antiga União Soviética), polarizada entre chineses e estadunidenses, na qual a América Latina desponta como “região de batalha” para a competição por supremacias comercial e ideológica. Sean Kelly fala que, historicamente, antes da assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), as tratativas entre Brasil e Estados Unidos eram dificultadas justamente pela colaboração do primeiro com a China, com a qual coordena satélites de observação. Já sobre a viabilidade econômica da Base de Alcântara, o The Verge pontua que, a despeito da invejável localização – extremamente próxima do Equador, favorecendo o lançamento de foguetes, mísseis e satélites, a necessidade de grandes investimentos de infraestrutura deve dificultar a atração de empresas espaciais norte-americanas, como a SpaceX e a Blue Origin. Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.