Acusação de estupro contra Assange é arquivada pela Suécia e constrange Justiça britânica

“As provas não são suficientemente fortes para denunciá-lo à Justiça”, disse a procuradora

(Foto: AFP/Arquivo/Agencia Brasil)
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A Procuradoria da Suécia informou, nesta terça-feira (19), que, após novo exame, voltou a arquivar por falta de provas a investigação, que já durava nove anos, em que o australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, era acusado de estupro. A decisão da Procuradoria sueca cria um dilema para a Justiça britânica. Em junho deste ano, Assange foi condenado a um ano de prisão na Inglaterra por ter violado sua liberdade condicional ao pedir asilo à Embaixada do Equador em Londres, em 2012. O arquivamento do caso, anunciado pela vice-procuradora geral sueca, Eva-Marie Persson, ocorreu seis meses após a Justiça daquele país decidir que Assange — que sempre negou a acusação de estupro — não deveria ser detido, sob o argumento de que a medida seria “desproporcional”. “Após conduzir uma análise abrangente do que veio à tona durante a investigação preliminar, eu cheguei à conclusão de que as provas não são suficientemente fortes para denunciá-lo à Justiça”, disse Persson, em entrevista coletiva, acrescentando que ainda pode haver recursos contra sua decisão. Kristinn Hrafnsson, editora-chefe do WikiLeaks, comemorou a decisão e disse que é hora "de focar naquilo que Assange vem nos alertando há anos: a beligerante perseguição realizada pelos Estados Unidos e a ameaça que isso representa para a Primeira Emenda [que diz respeito às liberdades dos cidadãos]". Washington acusa Assange de espionagem por causa do vazamento de documentos sigilosos. Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 250 mil telegramas diplomáticos e cerca de 500 mil documentos confidenciais sobre as atividades do Exército americano no Iraque e no Afeganistão durante a chamada "guerra ao terror". O australiano também é acusado de conspirar com Manning para obter acesso às informações confidenciais.  No total, Asssange enfrenta 18 acusações criminais nos EUA, podendo ser condenado à prisão perpétua ou receber pena de morte. Com informações do Globo com agências internacionais