Advogada de Assange assegura que Trump ofereceu indulto em troca de informações sobre adversários

Proposta teria sido feita em 2017. Segundo a defensora Jennifer Robinson, dois congressistas republicanos, representando o presidente, pediram para que ele divulgasse e-mails do Comitê Nacional do Partido Democrata

Donald Trump e Julian Assange (foto: Express.co.uk)
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A advogada Jennifer Robinson, integrante da equipe jurídica que defende o ativista australiano Julian Assange, revelou à imprensa britânica, em entrevista concedida nesta sexta-feira (18), que seu cliente recebeu uma proposta de indulto por parte do presidente estadunidense Donald Trump, caso revelasse informações sobre seus adversários políticos.

Segundo a defensora, a oferta foi feita em 2017, quando Assange ainda estava na embaixada do Equador em Londres, onde ficou como asilado político durante quase sete anos – entre agosto de 2012 e abril de 2019.

Robinson conta que ela foi visitada por dois congressistas do Partido Republicano: Dana Rohrabacher e Charles Johnson, membros da Câmara de Representantes. Eles afirmaram estar agindo em nome do presidente e propuseram um indulto a Assange caso ele divulgasse as fontes de uma série e-mails ligados ao Comitê Nacional do Partido Democrata, que teriam sido hackeados no ano anterior (2016).

Segundo o relato da advogada, o argumento dos dois “representantes de Trump” era que a oferta do presidente estadunidense era “mutuamente benéfica”.

“A proposta apresentada pelo (Dana) Rohrabacher era para que Assange identificasse a fonte das publicações em troca de algum tipo de perdão, garantia ou acordo que beneficiaria o presidente Trump politicamente, e que, ao mesmo tempo, evitasse o processo de extradição (de Assange) aos Estados Unidos”, contou a advogada.

Robinson afirma que Assange se recusou a negociar sua liberdade. Atualmente, o ativista australiano se encontra preso e enfrentando a Justiça britânica, justamente por causa de um pedido de extradição para os Estados Unidos, que pretende julgá-lo por “crimes contra a segurança nacional”, o que poderia render uma de prisão perpétua.