Analistas alemães veem democracia no Brasil em risco: "Bolsonaro é muito mais perigoso que Trump"

"Bolsonaro é muito mais radical que o presidente americano. Ele faz comentários racistas, homofóbicos e sexistas. Mas o pior é elogiar em público os torturadores, isso o torna muito mais perigoso do que o Trump", afirma a historiadora Nina Schneider, da Universidade de Colônia.

Bolsonaro. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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Quatro observadores políticos alemães ouvidos pela agência Deutsche Welle, empresa de comunicação internacional da Alemanha, veem a possível eleição de Jair Bolsonaro (PSL) como um risco à democracia no Brasil. "Bolsonaro é muito mais radical que o presidente americano. Ele faz comentários racistas, homofóbicos e sexistas. Mas o pior é elogiar em público os torturadores, isso o torna muito mais perigoso do que o Trump", afirma a historiadora Nina Schneider, da Universidade de Colônia. Para o sociólogo e cientista político Kai Wegrich, da Hertie School of Governance, se eleito, Bolsonaro usará as ferramentas clássicas dos populistas de direta para restringir os direitos democráticos e conquistas sociais, atacará politicamente parte da população e tentará manipular militares e a polícia para seus objetivos. "Uma mistura muito perigosa", conclui O cientista político Daniel Flemes, do Instituto Alemão de Estudos Globais e Regionais (Giga), afirma que a corrupção da classe política deve ser substituída pelo compromisso com o bem comum. "Mas, em vez disso, Bolsonaro conseguiu que posições de extrema direita e autoritarismo sejam novamente aceitáveis", avalia. Já a cientista política Claudia Zilla, da Fundação Ciência e Política (SWP), aponta como preocupante o grande apoio que Bolsonaro, "um candidato que despreza a democracia", possui. Leia a reportagem completa.