A antropóloga Debora Diniz, que precisou deixar o país em 2018 após sofrer uma série de ameaças de morte de bolsonaristas nas redes sociais devido à sua posição com relação aos direitos reprodutivos das mulheres, venceu nesta quarta-feira o prêmio Dan David na categoria igualdade de gênero.
Diniz dividiu a honraria de um milhão de dólares (ou 4,7 milhões de reais) com a professora indiana Gita Sen, que atua na área de empoderamento econômico da mulher.
A iniciativa, que existe desde 2001, reconhece pesquisas interdisciplinares que “quebram paradigmas e fronteiras” em sua área, promovendo “impacto social e cultural”.
“Estou emocionada com esta honra. Sou a segunda mulher da América Latina a receber este importante prêmio acadêmico”, escreveu a antropóloga no twitter. “Agradeço a todas as mulheres que eu conheci ao longo da minha carreira de pesquisadora. É alentador saber que a luta pelo aborto no Brasil é central à igualdade no mundo”.
“Foi com emoção que recebi a notícia do Dan David Prize. Há muitas pesquisadoras globais sobre o tema da igualdade de gênero. Se fui uma das agraciadas, neste momento, é porque sou brasileira, uma mulher latino-americana na linha de frente da resistência à ofensiva autoritária contra os direitos das mulheres e meninas. É, assim, que o prêmio me anima a criar mais, a me dedicar ainda mais na defesa da democracia no Brasil”, disse ela ao jornal.
Com informações do El País