Apoiadores de Macri fazem ato macabro com bolsas mortuárias na Argentina; Alberto Fernández repudia ação

Lideranças peronistas denunciaram o discurso de ódio presente na ação; um dos alvos foi Estela de Carlotto, das Avós da Praça de Maio

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Durante um ato convocado pelo ex-presidente Maurício Macri e outros setores da oposição argentina neste sábado (27), um grupo ligado ao movimento União Republicana - integrante do PRO, partido de Macri - colocou bolsas mortuárias diante da Casa Rosada. Esses sacos possuíam nomes de pessoas vivas ligadas ao peronismo.

Nas bolsas haviam nomes de figuras como Estela de Carlotto, líder das avós da Praça de Maio e uma das principais referências na luta contra a ditadura do Terrorismo de Estado, e do movimento La Cámpora, organização de juventude do kirchnerismo.

Segundo o grupo Jovens Republicanos, que coordenou o ato macabro, a ação foi contra o escândalo da vacinação que estourou no governo Fernández na última semana. O ministro Ginés Garcia teria "facilitado" a imunização de algumas pessoas do grupo de risco que eram próximas a ele. Garcia foi exonerado.

"Oi, Alberto Fernández, os Jovens republicanos trazemos para você um pequeno lembrete de todas as vidas que foram perdidas por causa de sua inutilidade", disse o grupo em sua rede social.

O ato foi visto como uma ameaça e como disseminação de discurso de ódio.

"A maneira de se manifestar na democracia não pode ser exibir bolsas mortuárias com nomes de líderes políticos na frente da Casa Rosada. Esta lamentável ação mostra apenas quantos oponentes concebem a República. Não nos calemos diante de tal ato de barbárie", escreveu Fernández em sua conta no Twitter.

Santiago Cafiero, chefe de gabinete do presidente, disse que "é perigoso para a nossa democracia que setores da oposição insistam em aprofundar o discurso de ódio. O ódio é a única coisa que eles têm a oferecer à sociedade?".

O ex-presidente Maurício Macri não comentou sobre esse lamentável episódio e celebrou a mobilização. "Empolgados e felizes em ver como os argentinos se mobilizam mais uma vez, mostrando que não vão permitir os abusos e abusos do governo", tuitou.

Na noite de sexta-feira, uma das sedes da La Cámpora foi incendiada. Localizada em Avellaneda e batizada de "Diego Armando Maradona", ela seria inaugurada neste sábado, confirme apontou o portal El Destape.

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