A ministra das Relações Exteriores do Peru, Elizabeth Astete, renunciou ao cargo neste domingo (15) após virem à tona informações de que ela furou a fila da vacinação contra a Covid-19.
A agora ex-chanceler tomou recebeu a dose em 22 de janeiro, antes do início oficial da imunização no país, que começou em fevereiro.
Em seu Twitter, Elizabeth compartilhou sua carte de renúncia e tentou justificar o privilégio de ter recebido a vacina antes da população.
"Influenciou em minha decisão o fato de entre 8 e 26 de janeiro eu ter feito dois testes moleculares, um teste sorológico e um teste de antígenos para comprovar se estava ou não infectada devido ao contato que tive por razões de trabalho com distintas pessoas que haviam testado positivo para COVID-19. A isto foram agregadas a necessidade que eu tinha de viajar a Tumbes para cumprir minha responsabilidade de representante da dita região no Conselho de Ministros e as limitações que tenho por ser uma pessoa [do grupo] de risco, por ter 68 anos", escreveu.
O Peru vive uma "escândalo das vacinas". Além da ex-chanceler, o ex-presidente Martín Vizcarra revelou na última semana que recebeu a dose da vacina contra a Covid no mês de outubro, pouco antes de ser destituído do cargo pelo parlamento.
A revelação fez com que a ex-ministra da Saúde, Pilar Mazzetti, renunciasse ao cargo na última sexta-feira (12). Em seu lugar, assumiu o médico Oscar Ugarte.
O presidente interino do país, Francisco Sagasti, disse à imprensa que o governo investigará todos os casos de funcionários que furaram a fila da vacinação e que todos os envolvidos serão punidos.