Após pressão internacional, Trump recua em sua política de separar crianças dos pais

Mais de 2 mil filhos de imigrantes já foram afastados de seus pais desde abril; o presidente norte-americano finalmente assinou uma ordem para que famílias sejam mantidas unidas

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O presidente dos Estados Unidos Donald Trump recuou de sua política de separar crianças imigrantes dos pais, após causar indignação internacional e dentro de seu próprio país. Cerca de 2300 filhos de imigrantes foram mantidos em centros que parecem prisões. Nesta quarta-feira (20), finalmente Trump assinou uma ordem para que as famílias sejam mantidas juntas. Afirmou ainda que a separação teria sido “um efeito colateral indesejado” da política de “tolerância zero” e que tem “compaixão”. Mas ao mesmo tempo, informou que vai continuar expulsando imigrantes. "Trata-se de manter as famílias unidas ao mesmo tempo em que temos uma fronteira muito forte, muito poderosa", sustentou. Um áudio com choro de crianças desesperadas pedindo pelos pais aumentou a indignação com a política de tolerância zero do republicano. “Papai! Papai”, disse uma criança, em um áudio divulgado pela organização de jornalismo investigativo ProPublica. Para a colunista da Fórum, Ana Prestes, a política migratória norte-americana deixou o estágio da “tolerância zero” para um grau de xenofobia institucional alarmante. “Trump voltou atrás na política de separar crianças dos pais e colocá-las em gaiolas. A pressão foi grande! Aqui no plenário o PSOL apresentou uma moção de repúdio a essa absurda política do governo dos EUA, mas o DEM manobrou para que a matéria não fosse votada!”, afirmou o deputado federal pelo PSOL Glauber Braga. Indignação nos EUA A jornalista Rachel Maddow, apresentadora da rede MSNBC, se emocionou na noite desta terça-feira (19) e não conseguiu ler até o final uma notícia sobre a decisão do governo Trump. Na noite de segunda-feira (18), duas ex-primeiras-damas dos EUA criticaram a política cruel de Donald Trump pelo Twitter. E até a esposa do presidente, Melania Trump, disse por meio de um comunicado, lido por uma porta-voz, que "precisamos ser um país que respeita as leis, mas também um país que governa com o coração".