Áudio com choro de crianças imigrantes separadas dos pais causa indignação nos EUA

Em oito minutos de áudio, é possível ouvir outras crianças chorando e um agente de custódia fazendo um comentário sarcástico: 'Aqui temos uma orquestra, mas falta um maestro'

Foto: Reprodução/U.S. Customs and Border Control
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Por Opera Mundi O áudio de crianças que choram desesperadas, em espanhol, pelos seus pais aumentou nesta terça (19/06) a indignação nos Estados Unidos com a política imigratória de “tolerância zero” do presidente Donald Trump, a qual tem separado milhares de menores de idade de seus familiares. "Papai! Papai", diz uma criança, em um áudio divulgado pela organização de jornalismo investigativo ProPublica. De acordo com a ativista Jennifer Harbury, o áudio foi gravado na última semana e entregue à imprensa por um informante. Em oito minutos de áudio, é possível ouvir outras crianças chorando e um agente de custódia fazendo um comentário sarcástico: "Aqui temos uma orquestra, mas falta um maestro". Apesar de não haver indícios de onde a gravação teria sido feita, a agência Associated Press visitou um armazém antigo no sul do Texas onde centenas de crianças ficam dentro de gaiolas de metal, com água e sacos de batatas fritas. São crianças desacompanhadas e sem documentos que tiveram problemas na imigração - ou os pais foram barrados pelos EUA e separados dos filhos. Cerca de 2.300 crianças já foram tiradas de seus pais desde que o governo passou a deter todos os que entram sem documentação pela fronteira com o México. Esta política migratória está em vigor desde o governo de Barack Obama (2009-2017), mas foi reforçada com adoção da tolerância zero nas últimas semanas. O objetivo do governo dos EUA com essa medida é dissuadir os estrangeiros que pensam em cruzar a fronteira com sua família. Alvo de críticas, Trump se pronunciou hoje pelo Twitter. "Devemos sempre prender as pessoas que entram ilegalmente no nosso país. De 12 mil crianças, 10 mil são mandadas por seus pais em uma viagem muito perigosa e somente 2 mil estão com os pais. Muitos tentaram mais de uma vez entrar ilegalmente no nosso país", disse.