Banqueiro Guillermo Lasso derrota Andrés Arauz no Equador

Em discurso, o presidente eleito classificou o triunfo como contundente; Arauz reconheceu "revés eleitoral"

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O banqueiro neoliberal Guillermo Lasso conquistou a maioria dos votos nas eleições do Equador neste domingo (11) e se sagrou vencedor da disputa contra o economista Andrés Arauz, que já reconheceu o revés eleitoral.

Com 97% das urnas apuradas segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Lasso, da coligação CREO-PSC, se impôs com 52,51%. Já Arauz, ex-ministro do ex-presidente Rafael Correa, obteve 47,49% dos votos. Uma diferença de apenas 5 pontos percentuais e pouco mais de 400 mil votos.

Em discurso realizado após a vitória, Lasso agradeceu a Deus, sua família e seus apoiadores. "Este é um dia histórico, em que todos os equatorianos decidiram seu futuro, expressaram a necessidade de mudança. Agradeço a Deus por todas a bênçãos ao povo equatoriano. Demos uma mensagem contundente. Acreditamos na liberdade e na democracia", afirmou Lasso.

"A família é o valor fundamental da sociedade", completou o presidente eleito, que já integrou a Opus Dei.

Lasso irá suceder Lenín Moreno, que foi eleito pelo correísmo, mas traiu o movimento.

Andrés Arauz

Arauz reconheceu a derrota em discurso e disse que vai telefonar para Lasso. "Temos que ser um só Equador. Nas campanhas discutimos com convicção. Hoje temos que abrir pontes e construir consensos. Esse é um revés eleitoral, mas, de nenhuma maneira, é uma derrota política ou eleitoral", declarou o ex-ministro, emocionado.

"Nós somos um ator responsável e democrático no Equador. Nos próximos anos estaremos organizados", completou. Arauz afirmou que o reagrupamento do progressismo deve ser uma tarefa do próximo período.

A derrota de Arauz por cerca de 400 mil votos pode ter como uma das explicações o chamado pelo voto nulo promovido pelo terceiro colocado, o ambientalista Yaku Pérez. Foram 1,6 milhões de votos brancos e nulos no segundo turno, 600 mil a mais que no primeiro.