"Brasil deve ser protagonista e não pária do clima global", dizem Lula e Gleisi em artigo

Em extenso artigo, Lula e Gleisi Hoffmann relacionam urgência que orienta cúpula climática à pandemia. "Vacinas devem ser consideradas bens da humanidade. Os trilhões que salvaram o sistema financeiro na crise iniciada em 2008 devem agora salvar vidas humanas"

Lula e Gleisi Hoffmann (Foto: Ricardo Stuckert)
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Em extenso artigo publicado na edição desta quinta-feira (22) da Folha de S.Paulo, o ex-presidente Lula e a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, se antecipam ao discurso de Jair Bolsonaro (Sem Partido) na Cúpula de Líderes sobre o Clima, que acontece logo mais, e dizem que a proposta de Joe Biden, que sucedeu Donald Trump na presidência dos EUA, encerra "um período de negacionismo científico e de isolacionismo político que ameaçava a todos".

"Infelizmente, para nós e para o mundo, é bem diferente a situação em que nosso país se encontra hoje e a maneira como é visto pela comunidade internacional. O Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia registrou em março novo recorde no desmatamento, de 216% a mais em relação a março de 2020. É o resultado de uma política de destruição que envergonha os brasileiros e ameaça o planeta; um legado trágico que haveremos de superar pela via da democracia", diz o texto.

Após listar as medidas tomadas nos governos do PT, que reduziram entre 2005 e 2015 em 79% o ritmo de desmatamento da Amazônia, Lula e Gleisi afirmam que o Brasil voltará a ser protagonista no debate mundial sobre as questões ambientais.

"É de maneira soberana, portanto, que o Brasil poderá e deverá voltar a participar deste esforço comum. Sem transigir com sua responsabilidade nem com o potencial humano, natural, tecnológico e econômico para enfrentar a crise. Dando o exemplo. Como protagonista e não como pária".

No texto, os petistas ainda relacionam que "a mesma urgência que orienta a cúpula climática é absolutamente necessária para uma tomada comum de responsabilidades frente à pandemia", afirmando que "infelizmente […] nosso povo sofre a maior tragédia de sua história, e o país é visto como ameaça global".

"Vacinas, testes e medicamentos contra a Covid-19 devem ser considerados bens da humanidade. Os trilhões que salvaram o sistema financeiro na crise iniciada em 2008 devem agora salvar vidas humanas. E o FMI não pode exigir mais sacrifícios de países que enfrentam a crise com recursos limitados", afirmam.

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