Carro policial atropela casal gay intencionalmente durante protesto no Chile

Caso será incluído entre os abusos aos direitos humanos registrados no país em meio aos protestos sociais, mostrando que a homofobia também é um elemento presente na atuação repressiva dos policiais

Foto: Reprodução/Twitter/Arquivo
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Direto do Chile, Especial para a Fórum Um casal gay se manifestava pacificamente no centro de Santiago e caminhava de mãos dadas, quando um furgão lançador de gases lacrimogêneos avançou rapidamente contra eles, atropelando ambos. A agressão aconteceu há uma semana, no dia 19 de novembro, mas só foi denunciada formalmente nesta terça-feira (26), por iniciativa do Movilh (Movimento de Integração e Liberação Homossexual do Chile), que pede a aplicação da Lei Antidiscriminação para o caso. Não é sócio Fórum? Quer ganhar 3 livros? Então clica aqui. Uma das vítimas é um sociólogo, identificado com as iniciais N.M.V., que relata que “o ataque foi claramente intencional, porque nós estávamos na calçada, em uma rua que não estava movimentada, e não havia nada mais ocorrendo naquele momento que justificasse jogar o veículo sobre nós”. Logo, o furgão teria retrocedido para, primeiro, lançar gases lacrimogêneos sobre as vítimas e depois sair em disparada, sem prestar socorro aos atropelados. A vítima também afirma que ambos foram jogados no chão após o impacto e ainda tiveram o socorro prejudicado pelos gases lançados em seguida, “o que dificultou nossa reação e também demorou o auxílio de pessoas próximas, que só puderam chegar minutos depois, quando o efeito dos gases foi diminuindo”, conta o sociólogo, que sofreu lesões no ombro e no pescoço, enquanto seu namorado apresentou ferimentos no braço esquerdo, o qual tentou usar para absorver o impacto. Análise Segundo o advogado Óscar Rementería, porta-voz da entidade de defesa da comunidade LGBTI chilena, “o episódio ocorreu por volta das 21h30 daquele dia, em um local onde não havia grande presença de pessoas. Portanto, o motorista do veículo viu quem eram as pessoas que atropelou, viu o que estavam fazendo e avançou sobre elas porque eram dois homens de mãos dadas”. Rementería afirmou que o caso já estava sendo analisado há dias, mas esperaram ter provas em vídeo das câmeras de segurança do local para poder oficializar a denúncia.