Chanceler da Venezuela acusa generais brasileiros de serem “funcionários dos EUA”

Jorge Arreaza comentou vídeo onde o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul, apresenta a Donald Trump um general brasileiro chamado David, que admite ser “pago pelo governo de Jair Bolsonaro, mas que trabalha para mim”

General brasileiro enviado por Bolsonaro se apresenta diante de Donald Trump (foto: Twitter)
Escrito en GLOBAL el

Em um tuíte publicado nesta sexta-feira (17), o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, acusou os governos do Brasil e da Colômbia de colocar suas forças armadas à serviço dos Estados Unidos, e disse lamentar a “indignação que os povos desses países devem sentir”, com respeito a esta situação.

A denúncia surge a partir de um vídeo onde se vê o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, apresentando a Donald Trump um general brasileiro chamado David. Faller assegura ao presidente estadunidense que o militar brasileiro “está sendo totalmente pago pelo governo de Jair Bolsonaro, mas trabalha para mim”.

Antes, Faller já havia apresentado o general colombiano Juan Carlos Correa, com a mesma premissa: “ele é totalmente pago pelo governo do presidente Iván Duque, mas trabalha para mim”.

As imagens mostradas no vídeo correspondem a uma reunião entre Trump e seus comandantes militares, realizada no dia 10 de julho. Chama a atenção a postura subserviente dos generais sul-americanos quando o presidente estadunidense ordena a ambos “diga olá”, e o fazem obedientemente.

“Quando você vê essa cena, seu sangue ferve, o sangue que corre pelas veias abertas dos povos da América Latina e do Caribe. Eu nem quero imaginar a indignação que os povos e militares da Colômbia e do Brasil sentirão. Independência ou nada!”, comentou Arreaza, a respeito do vídeo, em sua mensagem no Twitter.

A acusação de Arreaza causa polêmica, especialmente por surgir depois que o Brasil apresentou uma alteração em sua Política Nacional de Defesa, a qual já não considera a América do Sul como uma “área livre de conflitos”, o que abriria a possibilidade de um conflito armado na região, em que o Brasil poderia estar envolvido.