Chile: projeto que corta verbas dos congressistas pela metade é aprovado por quase unanimidade dos deputados

Iniciativa lançada pela Frente Ampla, que passou meses engavetada por falta de apoio, foi retomada a partir da explosão social no país; conseguiu 150 votos a favor, cinco ausências e nenhum voto contrário

Foto: Reprodução Twitter
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Do Chile, especial para a Fórum Os protestos diários no Chile pela crise do modelo neoliberal estão bem perto de chegar ao seu primeiro resultado prático: nesta quarta-feira (27) foi aprovado na Câmara dos Deputados o projeto da Frente Ampla que corta pela metade os salários e verbas administrativas dos congressistas (deputados e senadores) chilenos. A medida atua tanto em relação aos salários dos parlamentares quanto sobre a ajuda de custo para gastos com assessores. Foi apresentada pelos deputados da Frente Ampla, Giorgio Jackson e Gabriel Boric, em 2016, mas nunca foi levada a sério nem pela direita nem pela centro-esquerda no país, razão pela qual estava engavetado havia anos. Não é sócio Fórum? Quer ganhar 3 livros? Então clica aqui. Com a pressão social nas ruas contra o governo de Sebastián Piñera, o projeto ressuscitou e passou a contar magicamente com uma quase unanimidade. Tanto é assim que, na votação desta quarta, a proposta contou com 150 votos a favor e nenhum contrário, apesar de cinco parlamentares ausentes, dos quais dois não votaram por estarem inabilitados. Senado Ainda falta a aprovação do Senado para que passe a se tornar lei e espera-se que a Câmara Alta reproduza a mesma tendência. Lideranças de todos os partidos afirmam trabalhar para que seja aprovado o mais rápido possível, para que já esteja vigente no primeiro mês de 2020. Uma das figuras da bancada da Frente Ampla, o deputado Diego Ibañez publicou o placar com os votos da sessão – os nomes sem quadradinhos verdes ao lado são as ausências, os nomes em itálico são os inabilitados –, junto com a mensagem: “Foi aprovado o corte dos salários parlamentares! Nós, deputados, ganhamos 33 vezes o salário mínimo, em um país onde o abuso das elites é brutal. Diminuir o nosso salário é um dever ético. Fim aos privilégios”.