CHINA EM FOCO

"A China defende a paz e se opõe a guerra", diz chanceler chinês

Ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, comentou o diálogo entre os presidentes da China, Xi Jinping, e dos EUA, Joe Biden, realizado na sexta-feira (18)

Créditos: CGTN
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Em entrevista à imprensa neste sábado (19), o conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, afirmou: "A posição da China sobre a questão da Ucrânia está do lado certo da história".

As declarações foram feitas um dia depois que o presidente chinês, Xi Jinping, trocou opiniões com o presidente dos EUA, Joe Biden, sobre os laços bilaterais, a situação na Ucrânia e outras questões de interesse comum durante uma videochamada de quase duas horas na última sexta-feira (18).

O presidente Xi esclareceu "de forma clara e abrangente" a posição da China sobre a questão da Ucrânia. O comentário foi feito por Wang durante conversa com jornalistas enquanto aguardava a realização de reuniões em separado com os ministros das Relações Exteriores da Zâmbia, da Argélia e da Tanzânia que ocorreram na província de Anhui, ao leste da China.

Wang disse que a mensagem mais importante que o presidente chinês enviou é que a China sempre foi uma força para manter a paz mundial.

"Sempre defendemos a manutenção da paz e a oposição à guerra. Isso não está apenas embutido na história e na cultura da China, mas também na política externa com a qual a China sempre se comprometeu."
Conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da República Popular da China, Wang Yi

A China continuará a fazer uma avaliação independente com base nos méritos de cada assunto e de maneira objetiva e imparcial, acrescentou.

"Nunca aceitaremos qualquer coerção ou pressão externa e também nos opomos a quaisquer acusações ou suspeitas infundadas contra a China", continuou Wang.

Durante as negociações, o presidente Xi também propôs uma solução chinesa em duas frentes para a crise na Ucrânia, disse o ministro das Relações Exteriores chinês.

A prioridade premente é que todas as partes trabalhem juntas para promover o diálogo e as negociações entre a Rússia e a Ucrânia, cessar as hostilidades o mais rápido possível e evitar baixas civis, em particular, evitando o agravamento da crise humanitária, explicou Wang.

Uma solução duradoura, continuou ele, seria rejeitar a mentalidade da Guerra Fria, abster-se do confronto do bloco e construir uma arquitetura de segurança equilibrada, eficaz e sustentável para a região realizar a paz e a segurança duradouras no continente europeu.

A posição da China é objetiva e justa e igual às aspirações da maioria dos países, disse Wang.

"O tempo dirá que a postura chinesa está do lado certo da história."

Le Yucheng: EUA devem praticar comentários positivos de Biden sobre laços com a China

Os EUA devem aderir ao discurso positivo do presidente estadunidense Joe Biden sobre as relações China-EUA, declarou o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Le Yucheng, no sábado (19). A declaração foi feita durante discurso no 4º Fórum Internacional sobre Segurança e Estratégia em Pequim.

O evento é um dos fóruns centrais do Centro de Segurança e Estratégia Internacional da Universidade de Tsinghu e tem como tema "A Ásia-Pacífico em Mudança: Unida ou Dividida?"

Le fez observações ao falar sobre a videochamada do presidente chinês Xi Jinping com Biden. Ele comentou que os dois lados conversaram por duas horas sobre relações bilaterais, a situação na Ucrânia e outros assuntos.

A atmosfera era muito pragmática e as trocas eram francas e profundas, disse Le. 

Observando a atual crise na Ucrânia, ele disse que a China sempre foi ativa na promoção de negociações de paz.

"O continente europeu é uma região crucial para determinar a paz mundial. Foi devastado por duas guerras mundiais. Não era pacífico depois da guerra fria e agora está de volta ao fogo", disse ele, pedindo ao mundo uma reflexão profunda.

O mundo não deve buscar a segurança absoluta unilateralmente, se envolver na política do bloco ou no confronto de campo e a globalização não deve ser armada, enfatizou, acrescentando que os interesses dos pequenos países não devem ser sacrificados.

Ele observou ainda como a região da Ásia-Pacífico pode evitar uma repetição da crise na Ucrânia.

Os países da região Ásia-Pacífico devem valorizar a paz, respeitar uns aos outros, aderir à unidade e cooperação e insistir na autossuficiência, observou

Os países não devem minar a tranquilidade regional, interferir grosseiramente nos assuntos internos de outros países, criar divisão e confronto ou deixar que outros controlem seus próprios destinos, alertou.

A China está pronta para trabalhar com outros países da Ásia-Pacífico sob a bandeira do verdadeiro multilateralismo e promover a paz duradoura e o desenvolvimento comum. O gigante asiático defende o regionalismo aberto para criar um futuro melhor para a comunidade da Ásia-Pacífico com um futuro compartilhado, disse ele.

China vai aprimorar investimentos imobiliários em infraestrutura 

A China vai melhorar e expandir o escopo dos fundos de investimento imobiliário em infraestrutura (REITs). A medida integra os esforços para apoiar a economia real e foi anunciada pela Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) na sexta-feira (18). 

A CSRC tem orientado a criação de mecanismos para expandir os REITs e, no devido tempo, buscará comentários do mercado no devido tempo, de acordo com um comunicado no site da CSRC.

Enquanto isso, o CSRC com outros departamentos do governo está estudando um esquema piloto para REITs baseado em aluguel subsidiado e está procurando implementar o esquema o mais rápido possível, disse o comunicado.

O tão esperado piloto de REITs da China foi iniciado em junho de 2021, quando o primeiro lote de nove projetos de infraestrutura começou a ser negociado em bolsas em Xangai e Shenzhen. Atualmente, existem 11 desses trusts sendo negociados no mercado.

Parte continental da China registra 1.737 casos confirmados de Covid-19

A parte continental da China registrou 1.737 casos confirmados de Covid-19 no sábado (19), com 1.656 vinculados a transmissões locais e 81 do exterior. Os dados foram divulgados pela Comissão Nacional de Saúde neste domingo (20).

Um total de 2.316 novos casos assintomáticos também foram registrados no sábado, e 16.196 pacientes assintomáticos permanecem sob observação médica.

Os casos confirmados no continente chinês agora totalizam 130.199, com o número de mortos em 4.638.

A contagem mais recente de casos confirmados nas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau e na região de Taiwan é a seguinte:

Hong Kong: 275.783 (33.651 recuperações, 5.650 mortes)

Macau: 82 (79 recuperações)

Taiwan: 21.784 (13.742 recuperações, 853 mortes)

China na expectativa do ouro no primeiro Grand Slam Mundial de Tênis de Mesa

Os chineses devem levar todas as medalhas de ouro no Grand Slam inaugural do World Table Tennis (WTT). O torneio ocorre em Cingapura e a China é representada pelas atletas Wang Manyu, Chen Meng e Sun Yingsha, na equipe feminina, e pelos atletas Fan Zhendong e Ma Long na equipe masculina. A final da competição acontece na noite deste domingo e será totalmente chinesa. Chen Meng enfrenta Wang Manyu no feminino e Fan Zhendong encara Ma Long no masculino.

Existe democracia na China?

A democracia na China é diferente da que é praticada pelo mundo ocidental. O país não adota um tipo de democracia reconhecida pelo Ocidente, mas tem construído uma forma democrática particular que espelha tanto suas condições histórico-sociais, quanto do sistema socialista em permanente evolução no país desde 1949.

A democracia chinesa existe e está em fase de desenvolvimento. A democracia não liberal praticada na China está baseada na aldeia e o governo central não tem tanta interferência nas questões cotidianas. Ela é construída de “baixo para cima” com poderes cada vez mais concentrados no nível de base e na qual os princípios de livre manifestação e opinião não são influenciados pelo poder econômico.

Ao longo dos últimos 30 anos essa forma de democracia tem sido renovada. Trata-se de uma característica milenar na sociedade chinesa em que os camponeses se organizam em suas bases para reivindicar ao governo. Autogestão da administração pública é uma realidade e os comitês de bairro foram fundamentais no enfrentamento à pandemia da Covid-19, por exemplo.