Há 10 anos a China lançou a Iniciativa de Segurança Global (GSI, da sigla em inglês). Como parte das celebrações dessa década de construção de uma comunidade humana com um futuro compartilhado, a ministra adjunta das Relações Exteriores, Hua Chunying, repercutiu um relatório sobre essa nova filosofia da diplomacia chinesa durante um simpósio internacional realizado pela Associação de Diplomacia Pública da China e pela Universidade Renmin da China, nesta terça-feira (4), em Pequim.
O documento do Ministério das Relações Exteriores da China, de 21 de fevereiro deste ano, afirma que "a questão da segurança diz respeito ao bem-estar das pessoas de todos os países, à nobre causa da paz e do desenvolvimento mundial e ao futuro da humanidade".
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"Hoje, nosso mundo, nosso tempo e nossa história estão mudando como nunca antes, e a comunidade internacional se depara com múltiplos riscos e desafios raramente vistos antes. Pontos críticos de segurança regional continuam aumentando, conflitos e turbulências locais ocorrem com frequência, a pandemia do Covid-19 persiste, o unilateralismo e o protecionismo aumentaram significativamente e as ameaças à segurança tradicionais e não tradicionais estão entrelaçadas. Os déficits em paz, desenvolvimento, segurança e governança estão crescendo, e o mundo está mais uma vez em uma encruzilhada na história."
Relatório do Ministério das Relações Exteriores sobre a GSI
O documento pontua que a era atual é repleta de desafios, mas também transborda esperança. Afirma que o governo chinês está convencido de que as tendências históricas de paz, desenvolvimento e cooperação ganha-ganha são imparáveis. "Defender a paz e a segurança mundiais e promover o desenvolvimento e a prosperidade globais deve ser a busca comum de todos os países", ressalta o texto.
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O presidente chinês, Xi Jinping, propôs a GSI há 10 anos, quando conclamou os países a se adaptarem ao cenário internacional em profunda mudança com espírito de solidariedade e a enfrentarem os complexos e entrelaçados desafios de segurança com uma mentalidade de ganha-ganha.
"A GSI visa eliminar as causas profundas dos conflitos internacionais, melhorar a governança da segurança global, incentivar esforços internacionais conjuntos para trazer mais estabilidade e certeza a uma era volátil e em mudança e promover paz e desenvolvimento duradouros no mundo", destaca o documento.
A iniciativa chinesa propõe seis conceitos e princípios essenciais: permanecer comprometido com a visão de segurança comum, integral, cooperativa e sustentável; manter o compromisso de respeitar a soberania e a integridade territorial de todos os países; de cumprir os propósitos e princípios da Carta da ONU; de levar a sério as preocupações legítimas de segurança de todos os países; de resolver pacificamente as diferenças e disputas entre os países por meio do diálogo e da consulta; e de manter a segurança em domínios tradicionais e não tradicionais.
O desenvolvimento do conceito de uma comunidade humana com um futuro compartilhado na última década reflete plenamente o robusto renascimento da tradição refinada da cultura chinesa no mundo moderno, prova que o caminho de desenvolvimento pacífico da China transcende a lógica de poder do Ocidente, aponta o relatório.
A GSI proposta pela China enfatiza um conceito de segurança abrangente e sustentável e fornece um novo caminho para promover o diálogo em vez do confronto, parceria em vez de aliança e ganha-ganha em vez de mentalidade de soma zero, enfatizou Hua. Ela ressaltou que o princípio de promoção da paz e diálogo é seguido pela potência asiática no que diz respeito à crise na Ucrânia.
No aniversário de um ano do conflito Rússia-Ucrânia, a China emitiu um documento de posição intitulado "Posição da China sobre a solução política da crise na Ucrânia", elaborando sistematicamente a posição do país em 12 pontos. O documento pede o fim das hostilidades e a retomada das negociações de paz, a interrupção das sanções unilaterais e o abandono da mentalidade da Guerra Fria, além de respeito à soberania de todos os países e oposição ao uso de armas nucleares.
"Recentemente, a Arábia Saudita e o Irã mantiveram um diálogo com sucesso em Pequim e restauraram suas relações bilaterais, o que é uma vitória para a paz, não apenas ecoando a GSI, mas também uma prática vívida de construir uma comunidade humana de futuro compartilhado", comentou Hua.
“Para alcançar a paz sustentável e a segurança geral, os países devem respeitar a soberania e a integridade territorial, não devem interferir nos assuntos internos de outros países por meio de diálogo e consulta", disse a diplomata.
Xangai anuncia 20 medidas para atrair capital estrangeiro
O centro financeiro da China, Xangai, lançou uma série de novas medidas para atrair e facilitar o uso de capital estrangeiro. Trata-se do mais recente sinal positivo de que o país continua a impulsionar a abertura e intensificar os esforços para atrair investimentos estrangeiros.
O governo da cidade divulgou 20 medidas que abrangem quatro aspectos: a promoção de abertura de alto nível, o aumento do uso de capital estrangeiro, o fortalecimento do apoio ao desenvolvimento de projetos estrangeiros e a otimização de serviços para investimentos estrangeiros.
O anúncio foi feito pelo vice-prefeito de Xangai, Hua Yuan, nesta terça-feira (4). Ele afirmou que o governo municipal incentiva títulos estrangeiros, gestão de fundos, futuros e empresas de seguro de vida a assumir a liderança no estabelecimento de novos negócios, enquanto se esforça para realizar um piloto de medidas de abertura em setores como telecomunicações, economia digital, educação e saúde.
Hua anunciou que o capital estrangeiro é encorajado a investir em áreas como manufatura de ponta, serviços modernos, setores de alta tecnologia, economia de energia e proteção ambiental. As empresas de capital estrangeiro são incentivadas a aproveitar igualmente as políticas industriais e a transformação digital. A sede qualificada receberá subsídios e recompensas de acordo com as leis e regulamentos relevantes.
Uma série de medidas de conveniência em torno de impostos, serviços financeiros, intercâmbio de pessoal, importações e exportações serão implementadas, afirmou. Ele enfatizou que o governo construirá um ambiente de investimento sólido e protegerá os interesses legítimos de empresas estrangeiras.
A mudança da cidade ocorre quando a China intensifica os esforços para atrair investimentos estrangeiros desde o início de 2023, juntamente com a forte recuperação da economia chinesa.
Agenda da líder separatista de Taiwan na Califórnia viola o princípio Uma Só China
A líder separatista de Taiwan, Tsai Ing-wen, estará em Los Angeles, na Califórnia (EUA), entre 4 e 6 de abril. Durante essa viagem está previsto que ela faça um discurso público e se encontre com o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy.
O Consulado Geral da China em Los Angeles reagiu à visita e o porta-voz divulgou um comunicado nesta terça-feira (4).
"O presidente da Câmara, McCarthy, ignorou o amplo apoio da comunidade internacional ao princípio de Uma Só China e falhou em aprender as lições do passado enquanto insistia em jogar a cartada de Taiwan, o que prejudicará ainda mais as relações China-EUA e aumentará a forte vontade e determinação da China para o desenvolvimento nacional e a reunificação", diz o comunicado.
O porta-voz enfatizou que não importa em que capacidade ou nome, a reunião de McCarthy com Tsai é outro ato que viola seriamente o princípio de Uma China e os três comunicados conjuntos China-EUA.
"Irá ferir muito os sentimentos nacionais de 1,4 bilhão de chineses, enviar um sinal gravemente errado aos secessionistas da 'independência de Taiwan' e minar a base política das relações China-EUA. Não é propício à paz, segurança e estabilidade regionais, e funciona contrário aos interesses comuns dos dois povos", criticou o porta-voz.
O porta-voz também ressaltou que o consulado vai acompanhar de perto a evolução da situação e salvaguardar resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial.
"Estamos prontos para trabalhar com amigos amantes da paz e defensores da justiça de todas as esferas da vida para nos opor firmemente a qualquer ato ilícito que prejudique as relações China-EUA e sabote a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e, em conjunto, salvaguardar o desenvolvimento sólido e estável das relações China-EUA e os interesses fundamentais dos dois povos", finalizou o comunicado.
Feira de Cantão atrai participantes de mais de 220 países e regiões
A 133ª Feira de Cantão será realizada em Guangzhou, província de Guangdong, no sul da China, de 15 de abril a 5 de maio. O evento volta a ser presencial depois das restrições impostas pela pandemia da Covid, mas segue com atividades on-line. Dezenas de milhares de participantes de mais de 220 países e regiões vão participar da programação.
"Isso criará oportunidades para que essas empresas trabalhem com empresas chinesas na construção de cadeias de suprimentos seguras, confiáveis e eficientes, ao mesmo tempo em que fornece uma plataforma para outros países e regiões embarcarem no expresso do desenvolvimento econômico da China", comentou o vice-ministro do Ministério do Comércio chinês, Wang Shouwen, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (4).
Até segunda-feira (3), um total de 27 multinacionais líderes, incluindo a estadunidense Walmart, a varejista francesa Auchan e a alemã Lidl confirmaram presença na feira.
O evento, também conhecido como Feira de Importação e Exportação da China, é realizado duas vezes por ano desde 1957. Este ano, alavancará seu local recém-construído, expandindo a área total de exposição em 300 mil metros quadrados para um recorde de 1,5 milhão de metros quadrados.
Graças à expansão da área de exposição, serviços online e introdução de novos temas, mais de nove mil empresas estarão presentes na feira pela primeira vez. Eles são de setores como eletrodomésticos, veículos e saúde, informou Wang.
Juntamente com as novas tendências do mercado internacional e o aumento da demanda, a Feira de Cantão oferece novos temas de exposição este ano, incluindo automação industrial e manufatura inteligente, novas energias e produtos e serviços ligados à economia envelhecida.
O evento é uma vitrine importante para a abertura da China e uma plataforma premium de comércio exterior, servindo como um canal crítico para as empresas chinesas desenvolverem o mercado internacional. O Ministério das Relações Exteriores do país também otimizou políticas para oferecer comodidade aos participantes estrangeiros.
Com informações da Xinhua e Global Times