A capital chilena sediou, na terça-feira (28), a edição 2025 do Diálogo Global sobre Inovação, Abertura e Desenvolvimento Compartilhado, evento coorganizado pela China Media Group (CMG) e pela Universidade de Santiago do Chile (USACH). O encontro reuniu cerca de cem participantes dos setores acadêmico e empresarial para discutir inovação científica, abertura econômica e cooperação entre China e América Latina.
Mensagens em vídeo do chefe da CMG, Shen Haixiong, e do ex-presidente chileno Eduardo Frei marcaram a abertura. Shen destacou que a Quarta Sessão Plenária do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) consolidou um novo ciclo de reformas, voltado à abertura econômica de alto nível e ao crescimento compartilhado.
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Segundo ele, a China segue contribuindo com cerca de 30% do crescimento global e busca ampliar o diálogo internacional sobre desenvolvimento sustentável.
Parceria sino-chilena em expansão
Em seu discurso, Eduardo Frei lembrou que China e Chile celebram 55 anos de relações diplomáticas e defendeu o fortalecimento da cooperação em áreas estratégicas como comércio, investimentos e inteligência artificial.
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O embaixador da China no Chile, Niu Qingbao, afirmou que as diretrizes do futuro 15º Plano Quinquenal (2026-2030) demonstram a confiança chinesa em gerar novas oportunidades de cooperação global.
Ele classificou a parceria entre China e Chile como modelo de solidariedade entre países em desenvolvimento, destacando a necessidade de conectar setores tradicionais — como mineração e agricultura — com novas economias verde e digital.
Educação e tecnologia como pontes
Representando o reitor da USACH, Raúl Bergos afirmou que a parceria com a CMG reforça a cooperação educacional e simboliza a confiança estratégica entre os dois países. Ele ressaltou que as metas da China de se tornar um “país de grande educação, grande ciência e grande talento” convergem com a missão das universidades latino-americanas de promover inovação e desenvolvimento social.
A professora Sierra Vera destacou que a modernização chinesa tem como objetivo central beneficiar o povo e oferecer sabedoria chinesa à governança global. Para ela, há complementaridade clara entre China e América Latina: o continente dispõe de minerais estratégicos, biodiversidade e força demográfica, enquanto a China oferece tecnologia, infraestrutura científica e experiência industrial.
Desenvolvimento compartilhado
Durante o diálogo, estudantes chilenos trocaram experiências com especialistas chineses, apontando que o dinamismo da China resulta de planejamento estratégico e capacidade de inovação.
Empresários apresentaram projetos em energia verde e sustentabilidade, enquanto a CMG exibiu trechos do programa “Festival de Inovação e Tecnologia da China” e lançou um relatório sobre o impacto sustentável de empresas chinesas no exterior.
Um novo capítulo nas relações sino-latino-americanas
O evento reforçou a ideia de que a cooperação entre China e América Latina é estratégica para enfrentar desafios globais, como as transições digital e ecológica.
Mais do que comércio, trata-se de construir um modelo de desenvolvimento compartilhado, baseado em inovação, abertura e benefícios mútuos — um caminho que, segundo os organizadores, pode ajudar a região a crescer de forma mais sustentável e inclusiva.