Com 169 milhões de reais atrasados, Brasil tem a quarta maior dívida entre países membros da OMS

Segundo documentos oficiais da entidade, divulgados em março deste ano, o governo de Jair Bolsonaro não pagou contribuições regulares em 2019 e 2020

Edifício sede da OMS, em Genebra (Foto: Divulgação)
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Os informes oficiais divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), no dia 31 de março, afirmam que o governo brasileiro não pagou as duas últimas contribuições regulares que deve fazer como país membro, referente aos anos de 2019 e 2020 – ou seja, ambas durante o governo de Jair Bolsonaro. A informação é da coluna do correspondente Jamil Chade, do UOL.

Assim como os demais membros, o valor da contribuição do Brasil para o orçamento da entidade é calculada de acordo com o peso que este tem na economia mundial.

A arrecadação da OMS é feita em duas moedas diferentes, para evitar que os valores sejam atingidos pela volatilidade do câmbio. Por isso, a dívida brasileira se divide em duas partes, uma no valor de 16,1 milhões de dólares, e a segunda no valor de 16,3 milhões de francos suíços. As duas dívidas juntas, e traduzidas em reais, significariam cerca de 169 milhões.

No entanto, é preciso dizer que os últimos pagamentos do Brasil à OMS foram feitos sim pelo governo de Jair Bolsonaro, nos meses de outubro e novembro de 2019, contudo, se referiam a dívidas que o país tinha referentes a 2018, último ano de gestão de Michel Temer.

Além disso, há dívidas maiores que a do Brasil, como a dos Estados Unidos, que deixou de pagar cerca de 200 milhões de dólares nos últimos anos, que afetam muito mais orçamento da entidade que o caso brasileiro – a contribuição estadunidense representa 22% da arrecadação do órgão, enquanto a brasileira significa 2,9%.

O presidente norte-americano Donald Trump afirmou nesta terça que vai cortar os pagamentos do seu país à entidade, acusando-a de ser “influenciada demais pela China”. O curioso dessa acusação é que o gigante asiático é o segundo maior devedor da OMS, com 60 milhões de dólares – a diferença é que, no caso do governo de Pequim, os valores se referem somente ao ano de 2020, não incluem dívidas de anos anteriores.