Conflito entre manifestantes e forças de segurança deixa feridos na Somália

Foram ouvidos tiros durante uma confusão entre os policiais e os manifestantes; milhares de pessoas foram às ruas em protesto contra o ataque do último sábado.

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Foram ouvidos tiros durante uma confusão entre os policiais e os manifestantes; milhares de pessoas foram às ruas em protesto contra o ataque do último sábado. Da Redação* A Somália continua pegado fogo. Milhares de pessoas tomaram as ruas de Mogadíscio, capital do país, nesta quarta-feira (18), em protesto contra o ataque do último sábado (14), que matou mais de 300 pessoas. Os manifestantes, em sua maioria jovens, atravessaram a cidade cercados por um forte esquema de segurança. Segundo relato da agência Reuters, foram ouvidos tiros durante uma confusão entre as forças de segurança e os manifestantes, que marcharam até o local do atentado. Pelo menos três pessoas, incluindo uma mulher grávida, ficaram feridas no incidente. De acordo com o capitão Mohammed Hussein, tanto guardas somalis quanto soldados da União Africana abriram fogo contra os manifestantes. "Podem nos matar, mas não podem matar nosso espírito e nosso desejo de paz", disse a professora Zainab Muse. Mohamed Salad, estudante universitário, foi um dos que atenderam ao pedido do prefeito Thabit Abdi, de que o povo somalí se mantivesse unido. "Que Alá castigue todos que massacraram o nosso povo", disse Salad. O papa Francisco também falou sobre o ataque nesta quarta, e pediu pela "conversão dos homens violentos". "Imploro a conversão dos homens violentos e estimulo todos aqueles que, com enormes dificuldades, trabalham pela paz nessa terra martirizada", comentou, ao término de sua audiência na praça São Pedro. "Desejo expressar minha dor pela tragédia ocorrida há dias em Mogadíscio, na Somália", afirmou. O ataque Mais de 300 pessoas morreram e cerca de 400 ficaram feridas depois do ataque, considerado um dos piores já cometidos no país. Autoridades disseram que têm as marcas do grupo Al Shabaab, ligado à Al Qaeda, mas este não assumiu a responsabilidade. Nos hospitais, a falta de um banco de sangue está prejudicando o atendimento médico aos feridos. O governo pede por doações. O ministro da Informação, Abdirahman Omar Osman, disse que o país não tem um banco de sangue e que as limitações de seu sistema de saúde estão prejudicando o atendimento. "Estamos pedindo sangue, estamos pedindo assistência para verificar os mortos para que seus familiares tomem conhecimento", disse Osman à Reuters por telefone de Mogadíscio. Países como a Turquia, os Estados Unidos e o Catar estão oferecendo assistência médica. Médicos turcos - principalmente cirurgiões e especialistas em ferimentos na coluna - chegaram juntamente com o ministro da Saúde da Turquia nesta segunda-feira (16) e estão tratando feridos em hospitais de Mogadíscio. Um avião militar dos EUA também aterrissou na capital com ajuda médica e humanitária. O Quênia, vizinho da Somália, disse que iria retirar 31 pessoas feridas para tratamento e que forneceria 11 toneladas de suprimentos médicos. *Com informações do G1 Foto: Wikipedia