Congresso do Peru barra impeachment de Pedro Castillo

A moção que pedia a destituição de Castillo havia sido apresentada por partidos de direita e vinha sendo classificada pelo governo como uma tentativa de golpe

Congresso do Peru rejeitou abertura de processo de impeachment contra o presidente Pedro Castillo (Foto: Divulgação/Governo do Peru)
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O Congresso do Peru rejeitou por maioria, nesta terça-feira (7), a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Pedro Castillo, eleito democraticamente em junho deste ano. Eram necessários ao menos 52 votos favoráveis para que o processo fosse aberto, mas os requerentes do impeachment conseguiram apenas 46 votos. Ao todo, foram 76 votos contra a destituição do presidente e 4 abstenções.

A moção pelo impeachment de Castillo havia sido apresentada por partidos de direita (Avança País, Força Popular e Renovação Popular) no final de novembro e vinha sendo classificada pelo governo peruano como uma tentativa de golpe.

A oposição alegava uma suposta “incapacidade moral” para Castillo exercer a função. Entre os argumentos, estão os de que seu partido, durante a campanha eleitoral, teria obtido financiamento supostamente ilícito, além de acusações contra o atual presidente de efetuar promoções nas Forças Armadas para se beneficiar.

Parlamento peruano é dominado pela oposição de direita

O presidente encontra muitas dificuldades para governar, pois o Parlamento unicameral peruano é dominado pela oposição de direita. O partido governista Peru Livre, de esquerda, é a primeira minoria, com apenas 37 votos.

A destituição por grupos de direita vem sendo tentada desde o dia seguinte à eleição de Castillo, quando os partidos reacionários denunciaram que houve fraude eleitoral. No entanto, o resultado do pleito recebeu o aval dos observadores internacionais, da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia (UE).