COP26: Países aprovam documento que defende redução de combustíveis fósseis

Quase 200 países-membro assinaram o acordo. Termos foram suavizados após um pedido de mudança de última hora da Índia

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Quase 200 países-membro aprovaram neste sábado (13) na 26ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP26, um documento que, entre outros pontos, prevê a redução gradativa dos subsídios aos combustíveis fósseis e do uso do carvão.

Os termos foram suavizados após um pedido de mudança de última hora da Índia, mas o conteúdo ainda está longe de ser unanimidade.

A COP26 também finalizou o livro de regras do Acordo de Paris e seus pontos em aberto, como o artigo 6º, que se refere ao mercado de carbono. Além disso, países se comprometeram a financiar US$ 100 bilhões até 2025, valor que não está de fato na mesa, segundo ativistas.

"A economia real está dando saltos rumo à descarbonização, enquanto a diplomacia climática evolui lenta e incrementalmente. Mas o pacote de Glasgow ecoa, ao menos em parte, o que está acontecendo no mundo real: a transição do carvão para renováveis, o reconhecimento de que o metano precisa ser controlado e também o imperativo de apoiar os países mais vulneráveis", afirmou Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa e membro do Painel de Acreditação do Green Climate Fund.

No entanto, países já afetados pelas mudanças climáticas criticaram o acordo. Ilhas Marshall, Tuvalu e África do Sul defenderam o financiamento de países ricos pelos problemas causados pelas emissões de carbono. Os maiores responsáveis pelo aquecimento do planeta são Estados Unidos, China, União Europeia, Rússia, Índia e Brasil.

Presença do Brasil na COP

Enquanto ativistas jovens brasileiros e líderes indígenas roubaram a cena em uma enorme delegação em defesa do meio ambiente, a comitiva oficial do Brasil fez uma participação bastante apagada na COP26.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a soltar uma de suas pérolas durante debate realizado no stand brasileiro e defendeu a criação e uma espécie de Vale do Silício em plena Floresta Amazônica. A proposta foi batizada por Guedes de “Selva do Silício”.

Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente que chegou ao governo Bolsonaro após a saída de Ricardo Salles, se embolou durante discurso realizado em Glasgow na quarta-feira (10), quando relacionou as florestas à pobreza.

“Reconhecemos também que onde existe muita floresta, também existe muita pobreza“, disse o ministro. Segundo Leite, o governo adotou medidas de “desenvolvimento sustentável” na região amazônica.