Coronavírus: China abre crédito especial de 71 bilhões de dólares para evitar quebra de pequenas empresas

Governo afirmou também que este pode ser apenas parte do montante investido no novo fundo: “se for insuficiente, aumentaremos os valores”, explicou Liu Guoqiang, vice-diretor do Banco Popular da China

Foto: Agência Brasil/Tyrone Siu
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As consequências econômicas do surto de coronavírus também são tema de grande preocupação das autoridades chinesas nos últimos dias, além de alvos das novas medidas anunciadas pelo governo, como o investimento de 500 bilhões de yuans (cerca de 71 bilhões de dólares) para a criação de um fundo para ajudar as pequenas empresas.

O novo fundo chinês permitirá a abertura de créditos especiais de financiamentos para médios e pequenos empresários que tentam retomar suas operações, e assim ajudar na recuperação da economia, que já sofre as consequências causadas pela epidemia nos últimos dois meses.

Além disso, o governo afirmou que este pode ser apenas uma parte do montante investido no novo fundo. “Estabelecemos uma cota máxima para os empréstimos aos empreendedores, mas se elas se mostrarem insuficientes, estamos dispostos a aumentar os valores”, explicou Liu Guoqiang, vice-diretor do Banco Popular da China.

Os créditos entregues pelo banco estatal terão uma taxa anual de juros de 2,5%, muito abaixo da taxa básica de 4,05%, que é cobrada das grandes empresas estatais. Além disso, metade dos custos desses empréstimos será subsidiada pelo governo.

A medida visa recuperar a atividade econômica no país, já que apenas 33% das pequenas e médias empresas retomaram as operações normalmente desde o início da epidemia do coronavírus, de acordo com o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação. No caso das grandes empresas, a reativação varia entre 70% e 90% em muitas províncias – a exceção é Hubei, onde está a cidade de Wuhan, de onde surgiu o surto.

Ainda assim, o país projeta que a receita das pequenas e médias empresas deverá cair cerca de 30% neste primeiro semestre, em comparação com o mesmo período no ano passado. Uma queda mais prolongada dessas cifras poderia levar a demissões, segundo analistas chineses, e é para evitar isso que o governo decidiu criar o novo fundo.