Coronavírus enfraquece Trump para reeleição que já aparece atrás de Biden em estados-chave

No início, assim como Bolsonaro, Trump desdenhou da pandemia. Em janeiro e fevereiro, o presidente ignorou alertas da inteligência americana e menosprezou o perigo

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O presidente norte-americano Donald Trump teve a sua popularidade abalada e a sua reeleição, marcada para o próximo dia 3 de novembro, ficou comprometida por conta da sua posição diante da pandemia do coronavírus.

Pesquisa do Instituto Gallup aponta que a aprovação de Trump foi de 49%, no meio de março, para 43% no meio de abril, enquanto a média das pesquisas compiladas diariamente pelo site FiveThirtyEight confirma que o melhor período do republicano foi justamente quando ele deu peso à pandemia.

Já o democrata Joe Biden, adversário do republicano na corrida presidencial, passou a liderar levantamentos em estados-chave para novembro.

Dados reunidos pelo site Real Clear Politics apontam Trump atrás de Biden na Pensilvânia, por 6,7 pontos percentuais, em Michigan, por 5,5 pontos, e em Wisconsin, por 2,7 pontos, este ainda na margem de erro.

Ainda faltam seis meses para a eleição e tudo pode mudar, portanto, as pesquisas nos EUA devem ser vistas com cautela, mas não deixam de ser um importante indicador.

Desdenhou da pandemia

Em um primeiro momento, assim como o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ), Trump desdenhou da pandemia. Em janeiro e fevereiro, o presidente ignorou alertas da inteligência americana e menosprezou o perigo.

Em março, convencido por sua equipe técnica, deu gravidade à situação no país e estabeleceu regras de distanciamento social que foram estendidas até esta quinta-feira (30).

Mas, já era tarde. Os EUA são hoje o país com o maior número de contaminados e mortos do planeta. Até esta quarta (29), o coronavírus infectou mais de 1 milhão de pessoas e matou ao menos 60 mil nos EUA.

Além disso, um recorde de 26 milhões de americanos já pediram acesso ao seguro-desemprego desde março, e a economia do país caiu 4,8% no primeiro trimestre, o maior tombo desde a Grande Recessão.

A votação marcada para 3 de novembro será um referendo da postura de Trump diante da pandemia.

Com informações da Folha