De origem jamaicana, prefeito de Bristol diz que estátua de escravista era "afronta" e derrubada foi "histórica"

Marvin Rees afirmou que a estátua de Edward Colston deve ser mandada para um museu

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O prefeito de Bristol, Marvin Rees, afirmou nesta segunda-feira (8) que a estátua do traficante de escravos Edward Colston (1636-1721), derrubada neste domingo (7) durante o protesto antirracista da cidade, era uma "afronta pessoal" a ele, que é de origem jamaicana.

O prefeito disse ainda que a derrubada foi "histórica", mas que é "muito provável" que a peça vá para um museu.

"Como representante eleito, obviamente não posso tolerar esse dano e estou muito preocupado com as implicações que uma manifestação maciça possa ter em uma segunda onda (de contaminações por coronavírus)", disse Rees à BBC.

"Mas eu sou de origem jamaicana e não posso dizer que tenho um verdadeiro sentimento de perda por esta estátua", continuou. Contrariando o discurso de Rees, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que a remoção foi um "ato criminoso".

Estima-se que Colston tenha transportado cerca de 84 mil homens, mulheres e crianças da África Ocidental para serem vendidos como escravos. Durante a viagem, 19 mil morreram.

A estátua em tributo ao escravocrata foi erguida em 1895 e já sofreu inúmeras petições para ser derrubada, uma com mais de 10 mil assinaturas. Para derrubá-la durante o protesto deste domingo, manifestantes usaram uma corda e a puxaram pelo pescoço.