Direita boliviana se aglutina na reta final para evitar vitória da esquerda no primeiro turno

Neste domingo, o ex-presidente Jorge Quiroga foi o segundo a renunciar em favor de Carlos Mesa, o único que pode evitar que o socialista Luis Arce seja eleito, caso perca por menos de 10 pontos de diferença

Jorge Quiroga e Carlos Mesa (foto: HispanTV)
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As eleições na Bolívia acontecem no próximo dia 18 de outubro, e o favoritismo do socialista Luis Arce continua gerando grande temor na direita que governa o país desde o golpe de Estado de novembro de 2019.

Neste domingo (11), o ex-presidente Jorge Quiroga, um dos quatro candidato da direita que ainda continuavam na disputa, anunciou que desistiu da disputa em favor de Carlos Mesa, que está em segundo lugar nas pesquisas e é o único desse setor capaz de forçar um segundo turno.

As últimas pesquisas apontam uma liderança de Luis Arce, do MAS (Movimento ao Socialismo) de 43%, e mais de 10 pontos de vantagem sobre Mesa, que tem 32%. Segundo a lei eleitoral boliviana, esse cenário deveria ser suficiente para garantir a eleição já no primeiro turno. Mesa teria que perder por menos de 10% de diferença para forçar a realização de um segundo turno.

As pesquisas também apontam que Quiroga tem por volta de 1,5% das intenções de voto. O ex-presidente afirmou que sua renúncia visa “impedir que o MAS volte ao poder”.

“Por menor que seja o risco de o MAS voltar ao governo, neste próximo 18 de outubro devo fazer tudo o que esteja ao meu alcance para evitar isso”, declarou o agora ex-candidato, à imprensa local.

Semanas atrás, a ditadora Jeanine Áñez fez o mesmo gesto: ela assumiu o poder em novembro de 2019 por imposição das Forças Armadas, e também era candidata presidencial, mas desistiu em favor de Mesa, “para evitar que a esquerda recupere o poder”, segundo ela.