Donald Trump acusa adversários que querem seu impeachment de "abuso de poder"

Na véspera da primeira votação pelo seu impeachment, o presidente norte-americano ataca os adversários. Pedido deve ser acolhido na Casa dos Representantes, de maioria Democrata, mas rejeitado no Senado, de controle Republicano.

Foto: Gage Skidmore/WikiCommons
Escrito en GLOBAL el
Nessa terça-feira, 17, a Casa Branca emitiu um comunicado de seis páginas endereçado à congressista Nancy Pelosi, presidente da Casa dos Representantes em que se votará a primeira rodada do impeachment, afirmando que os parlamentares adversários, do Partido Democrata, abusam de poder. "Esse impeachment representa um abuso de poder pelos legisladores Democratas sem precedentes e insconstitucional, algo sem igual em quase dois séculos e meio da história legislativa americana [...] Ao procederem com esse impeachment inválido, você está violando os seus juramentos ao tomar posse do cargo, você está quebrando seu compromisso com a Constituição, e você está declarando guerra à democracia americana", lê-se no texto. Coincidentemente ou não, essas são quase as mesmas acusações que pendem sobre o presidente norte-americano. O pedido de impeachment de Trump baseia-se em dois artigos: abuso de poder e obstrução do Congresso. Trump é acusado de chantagear o governo ucraniano a investigar Joe Biden, ex-vice-presidente de Barack Obama e atual candidato à presidência, retendo um aporte financeiro e auxílio militar ao país do leste europeu. Em muitas análises, Biden é tido como o favorito a vencer as primárias do Partido Democrata e disputar a presidência com Trump. Na segunda-feira, 16, um painel da Câmara nos EUA liberou um relatório de 650 páginas, em que detalhavam as razões pelas quais Trump é acusado de "trair o país ao abusar de sua posição para obrigar um país estrangeiro a corromper as eleições democráticas". Na votação dessa quarta-feira é muito provável que se aceite o pedido de impeachment de Trump, uma vez que os Democratas controlam a Casa e basta uma maioria simples para tal. O mesmo não deve ocorrer no Senado, controlado pelo Partido Republicano, e onde será necessário que dois terços entre os 100 senadores corroborem com a Casa dos Representantes.