Nikki Haley parece ter acordado para a disputa por uma vaga na chapa do Partido Republicano para as eleições presidenciais de novembro. Neste sábado (20), na reta final da campanha das primárias republicanas em New Hampshire, ela subiu o tom e passou a fazer ataques contra o principal concorrente, o ex-presidente Donald Trump.
A ex-governadora da Carolina do Sul apontou a desonestidade de Trump e suas relações com "ditadores", questionou sua saúde mental e desconsiderou seu crescente número de apoios.
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Trata-se de uma nova tática de Haley, que por meses tratou Trump com cautela, alfinetadas gentis misturadas a elogios respeitosos.
Agora, a ex-governadora da Carolina do Sul parece ter abraçado sua condição de "azarão" para a nomeação presidencial republicana com o incentivo de eleitores independentes e anti-Trump. Mas pode ser que seja tarde, pois ainda há um longo caminho a percorrer e pouco tempo para virar o jogo.
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Trump lotou arenas e centros de eventos em Concord e Manchester em New Hampshire na sexta-feira (19) e sábado e discursou para multidões de apoiadores.
Já Haley visitou lojas de varejo e restaurantes e seu maior evento, em Nashua, atraiu cerca de 500 pessoas.
Haley questiona saúde mental de Trump
"Quando você está lidando com as pressões da presidência, não podemos ter alguém que questionamos se está mentalmente apto para isso — não podemos", disse Haley em Keene.
Ela ainda criticou Trump por confundi-la com Nancy Pelosi em comício de sexta-feira à noite. Em um discurso de mais de 90 minutos, o ex-presidente atacou diversas vezes a rival republicana.
Trump pareceu se referir por engano à Haley em vez da representante Pelosi, democrata da Califórnia, ao discutir o motim de 6 de janeiro de 2021.
A confusão ocorreu durante os comentários de Trump para uma multidão de apoiadores em Concord. Haley serviu em sua administração como embaixadora nas Nações Unidas e nunca foi membro do Congresso.
"Nikki Haley, vocês sabem, eles destruíram todas as informações, todas as evidências, tudo, apagaram e destruíram tudo. Tudo, porque tem muitas coisas como Nikki Haley encarregada da segurança. Oferecemos a ela 10.000 pessoas, soldados, Guarda Nacional, o que quisessem. Eles recusaram. Eles não querem falar sobre isso. São pessoas muito desonestas", disse Trump.
Haley aponta para a idade avançada de Trump
Haley também questionou se Trump estaria "ligado" o suficiente para liderar a nação em referência à sua idade avançada, de 77 anos, durante uma coletiva de imprensa em Peterborough.
"Meus pais estão em idade avançada, e eu os amo muito. Mas quando você os vê atingir uma certa idade, há um declínio. Isso é um fato — pergunte a qualquer médico, há um declínio.”
Haley completou 52 anos no último sábado. E parecia se alimentar a energia dos seus apoiadores. Até o tom de voz dela mudou para um tom de mais urgência.
"Vocês podem me dar seus presentes na terça-feira, em um local de votação perto de vocês", disse ela aos apoiadores em Rindge, N.H., depois que eles cantaram "Parabéns para Você" para ela.
Trump é o favorito
A pesquisa diária de rastreamento da Suffolk University dos eleitores de New Hampshire no sábado colocou Trump à frente de Haley por dois dígitos, 53% a 36%, com sua margem tendo aumentado um ponto percentual em cada um dos dois dias anteriores.
Mesmo com o entusiasmo nos eventos de Haley nos últimos dias, Trump continua sendo o favorito. Tudo indica que as primárias de New Hampshire, de terça-feira (22), serão uma disputa entre os dois.
As próximas rodadas da disputa pela nomeação do Partido Republicano para a corrida presidencial serão os caucus de Nevada e das Ilhas Virgens, em 8 de fevereiro; e, depois, a primária da Carolina do Sul, em 24 de fevereiro.
A expectativa de Haley é alcançar uma vitória surpreendente em New Hampshire que possa dar impulso à sua campanha antes do seu estado natal, Carolina do Sul, onde outro forte desempenho poderia transformar a esperada coroação de Trump em uma luta prolongada pela nomeação.