Em entrevista, Maduro aponta Brasil como “novo centro do trumpismo no mundo”

Presidente da Venezuela conversou com o Opera Mundi e afirmou que, após a saída de Trump, Bolsonaro “está pior, mais agressivo, contra a imprensa, contra o povo, mais ameaçador, mas irascível, negacionista”

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, concedeu entrevista exclusiva ao Opera Mundi, que foi ao ar nesta segunda-feira (1). Na conversa com o jornalista Breno Altman, ele falou sobre suas opiniões a respeito de Jair Bolsonaro e Donald Trump, e ainda unificou os dois em uma só crítica, ao dizer que “o Brasil é o novo centro do trumpismo no mundo”.

“Trump agora se foi. Agora o centro do trumpismo no mundo é o Brasil, é Jair Bolsonaro. Eu o vejo (Bolsonaro) e o escuto todos os dias. Ele está pior, mais agressivo, contra a imprensa, contra o povo, mais ameaçador, mas irascível, negacionista”, comentou o líder venezuelano.

Em seguida, Maduro disse que lamenta a atual situação vivida pelo Brasil, em alusão ao fato de Bolsonaro ter apostado na sua relação com Trump como estratégia internacional. “Queria que o destino fosse outro, mas tenho fé que o povo do Brasil retomará seu caminho e que Bolsonaro ficará como Trump, esquecido pela história. Sozinho e esquecido”, afirmou.

Sobre os cilindros de oxigênio enviados a Roraima e Amazonas nas últimas semanas, o presidente venezuelano explicou que “estamos fazendo acordos para fornecer oxigênio permanentemente a Manaus. Um gesto de amor. A resposta que Bolsonaro deu foi uma resposta mesquinha, de ódio. A única coisa que deveria ter dito era ‘obrigado, muito obrigado’, e pronto”, afirmou Maduro.

No sábado, o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, também comentou a situação no Amazonas, depois que Bolsonaro afirmou que, para ele, o envio de oxigênio e insumos ao Amazonas não era responsabilidade do governo federal.

Arreaza qualificou a declaração do mandatário brasileiro como “inacreditável”, e completou dizendo que “por instruções expressas do presidente Nicolás Maduro, a Venezuela continuará enviando oxigênio para os estados de Amazonas e Roraima. É nossa obrigação moral e humana”.