Em 'eurotrip', Ricardo Salles defende política ambiental de Bolsonaro e questiona aquecimento global

"Ainda temos que averiguar isso", disse Salles sobre o impacto da ação humana no aquecimento global

Reprodução/TV Cultura
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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, está rodando a Europa com a missão de contar a versão do governo Bolsonaro sobre a Amazônia e tem aproveitado também para questionar o impacto da contribuição humana no aquecimento global. O ministro, que já colocou em dúvida o aquecimento global anteriormente e chegou a visitar think tank negacionista, deu entrevista para um jornal alemão nesta terça-feira (1) reafirmando a posição. Logo que chegou a Berlim, na segunda-feira (30), o ministro foi alvo de protestos de ativistas ambientais que bloqueavam a entrada da Câmara de Comércio e Indústria da Alemanha, onde Salles foi buscar investimentos para o Fundo Amazônia, que perdeu receitas da Alemanha e da Noruega após mudanças promovidas pelo próprio ministro. Nesta terça, ele conversou com o jornal conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), e questionou a atuação humana no aquecimento global. Ele afirmou que "comportamento humano tem um impacto no clima", mas que "ainda é preciso questionar quão grande é a contribuição humana". "Ainda temos que averiguar isso", afirmou, segundo a agência DW. Salles disse que não poderia afirmar se a contribuição era grande ou pequena, pois não é cientista. A DW pontua que a Agência Federal para o Meio Ambiente, a principal autoridade ambiental do país, destaca que "a maioria dos cientistas que estudam as mudanças climáticas aponta que, sim, a contribuição humana não é apenas grande, como dominante entre as causas das alterações do clima". O ministro ainda declarou que "o Brasil está desempenhando um trabalho muito bom na luta contra a mudança climática". "Nós temos como base a energia renovável, reduzir o desmatamento na Amazônia e promover o reflorestamento. Nossa contribuição nacional é provavelmente a mais ambiciosa do mundo", afirmou. No entanto, o país foi excluído de conferência da ONU sobre questões climáticas por falta de ambição no combate ao aquecimento global.