Em protesto diferente, manifestantes chilenos marcham em direção a bairros da classe alta

Grupo de pouco mais de 35 mil pessoas realizou protestos em pleno setor comercial da capital. Também houve mobilização de ciclistas em frente ao edifício da ONU na cidade

Foto: Reprodução/Twitter
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Do Chile, especial para a Fórum A Praça Itália é ponto de encontro da maioria dos protestos na cidade de Santiago do Chile. Ali se concentram as marchas que, tradicionalmente, partem em direção ao setor sudeste da capital chilena, onde está o Palácio de La Moneda, alguns bairros de classe média e setores mais pobres. Porém, a marcha desta quarta-feira (6), que marcou o 20º dia seguido de manifestações no Chile, se concentrou na Praça Itália, mas tomou outra direção: o setor noroeste da cidade, onde estão os bairros da classe alta, como Providencia, Las Condes e Vitacura. No bairro de Providencia, os manifestantes passaram por diversos centros comerciais importantes e tentaram ingressar no megaedifício Costanera Center, o maior do país, onde também há um shopping center e escritórios comerciais de grandes empresas. A manifestação teve público menor que os grandes protestos, que costumam acontecer às sextas-feiras (como nos dias 25 de outubro e 1º de novembro, que reuniram centenas de milhares de pessoas), mas contou com ao menos 35 mil manifestantes. Também foi a primeira marcha após o projeto de renda mínima apresentado pelo presidente Sebastián Piñera, na tentativa de acalmar os ânimos da população. Ciclistas Também houve uma manifestação de pouco mais de mil ciclistas em frente ao edifício sede da ONU no Chile, no bairro de Las Condes. Os manifestantes aproveitaram a presença no local dos observadores enviados pela Alta Comissária de Direitos Humanos, a ex-presidenta chilena Michelle Bachelet, para exigir da entidade uma posição formal sobre as denúncias de violações aos direitos humanos durante o Estado de exceção decretado por Piñera, e a responsabilização do presidente por tais crimes.