Embaixada da China diz que bolsonaristas colocaram gasolina "na fogueira da xenofobia"

Qu Yuhui afirmou que as declarações de Abraham Weintraub e Eduardo Bolsonaro não afetarão a relação com o Brasil porque "não representam o povo brasileiro".

Jair Bolsonaro e o presidente da China, Xi Jinping (Agência Brasil)
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Em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (10) por vídeo-conferência, o porta-voz da Embaixada da China no Brasil, o ministro-conselheiro Qu Yuhui, criticou as declarações xenfóbicas de pessoas ligadas ao governo Bolsonaro, mas disse que isso não deve afetar a relação entre os países.

“Até hoje não conseguimos entender por que eles fizeram este tipo de declarações. Ou é pela ignorância, ou é por outras intenções que não sabemos quais são. Como figuras públicas, eles devem ter uma noção do peso da responsabilidade", disse Yuhui.

O diplomata se referia aos ataques do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), mesmo sem citá-los nominalmente. Para Yuhui, eles jogaram "óleo e gasolina" na "fogueira da xenofobia".

Segundo ele, a relação dos dois países não vai ser abalada porque a China não crê que as declarações "representem a opinião majoritária do povo brasileiro, que é amigo da China, tem seus laços de amizade com a China”.

“Nossas economias são muito complementares. Temos necessidades cotidianas e estratégicas para fomentar a nossa cooperação. Mas isso requer um cuidado, um carinho muito especial. Temos que colocar tijolos nessa parceria, em vez de tirar os alicerces desse edifício”, afirmou.