Espanha aprova reforma trabalhista que é referência para Lula

O ex-presidente Lula manteve contato com integrantes do governo espanhol nos últimos meses com objetivo de reverter a reforma neoliberal de Michel Temer

Pedro Sanchez, presidente da Espanha, e Lula (Foto: Ricardo Stuckert)
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O Parlamento da Espanha aprovou nesta quinta-feira (3) uma reforma trabalhista elaborada pelo governo de Pedro Sánchez (PSOE) que reverte retrocessos implementados em uma contrarreforma neoliberal em 2012 e dá mais garantis aos trabalhadores. O modelo é tido como uma inspiração para o ex-presidente Lula (PT) caso ele retorne à presidência em 2023.

A votação foi marcada por embates e terminou com apenas um voto favorável à reforma: 175 a 174. A vitória foi alcançada com um voto a favor de um deputado do Partido Popular, oposicionista. A legenda afirma que o deputado votou contra e que o sistema computou errado, mas por enquanto a reforma segue ratificada no Congresso. O PP pretende acionar a Justiça.

A revogação da contrarreforma trabalhista de 2012 atende a uma reivindicação de sindicatos e movimentos sociais ligados à coalizão formada entre PSOE e Podemos. Dez anos depois da medida, o desemprego na Espanha bate 14,5%, um dos maiores índices da União Europeia.

Entre os pontos principais está o fim do trabalho intermitente.

Lula se espelha na Espanha

A reversão da contrarreforma na Espanha serve como uma espécie de modelo para o ex-presidente Lula na elaboração de um plano de governo que busca reverter a contrarreforma neoliberal trabalhista implementada durante a gestão de Michel Temer (MDB), após o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).

“É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na Reforma Trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”, escreveu nas redes sociais", disse o ex-presidente pelo Twitter.

Lula manteve conversas com representantes do governo espanhol e movimentos sociais.

Durante encontro com sindicalistas, Lula defendeu a instalação de uma mesa tripartite, que reúna representantes do governo, dos sindicatos e de empresários para fazer a revisão da reforma.