Especialista da ONU prevê que aquecimento global pode criar “apartheid climático”

Philip Alston afirma que se os países não atuarem para frear o aquecimento global, a humanidade poderia se deparar com um cenário “onde os ricos podem pagar para escapar do calor e da fome, enquanto os pobres não terão para onde fugir”. Ele também fez críticas a líderes mundiais negacionistas, como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

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O mundo está cada vez mais perto de um “apartheid climático”. O termo foi usado por Philip Alston, relator especial da ONU sobre a pobreza extrema e os direitos humanos. “A mudança climática ameaça desfazer os últimos 50 anos de progresso em desenvolvimento, saúde global e redução da pobreza”, afirmou o especialista. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo Segundo Alston, se os países não atuarem para frear o aquecimento global, a humanidade poderia se deparar com um cenário “onde os ricos podem pagar para escapar do calor e da fome causados pela escalada da crise climática, enquanto todo o resto do mundo sofre as consequências sem ter onde se abrigar”. Ele também aponta que 75% dos problemas causados pela crise afetarão os países em desenvolvimento (como o Brasil). O relatório de Alston também afirma que “os impactos do aquecimento global provavelmente prejudicam não apenas os direitos básicos à vida, água, comida e moradia para centenas de milhões de pessoas, mas também a democracia e o Estado de direito. Acrescente desigualdade e os níveis ainda maiores de privação entre alguns grupos, provavelmente estimulará respostas nacionalistas, xenófobas, racistas e outras. Manter uma abordagem equilibrada dos direitos civis e políticos será extremamente complexo ”. Além disso, o especialista atacou diretamente as algumas figuras políticas mundiais que promovem o negacionismo com respeito à problemática do clima, especialmente os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, quem ele acusa de “silenciar ativamente a ciência do clima”, e do Brasil Jair Bolsonaro, por prometer a abertura da Floresta Amazônica à mineração. Contudo, Alston disse que também valoriza algumas novidades a respeito de uma reação popular a respeito do problema, como os casos legais contra Estados e empresas de combustíveis fósseis, o ativismo de Greta Thunberg e as greves mundiais de escolas que exigem reações mais profundas dos seus governos sobre o tema. O relatório de Alston sobre mudança climática e pobreza será formalmente apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na sexta-feira (28).