EUA: 87% dos norte-americanos não confiam em seu governo

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Pesquisa da CNN revela que desde o período pós-11 de Setembro, a confiança dos cidadãos dos EUA em seus políticos caiu vertiginosamente Por Kevin Matthews, em Care2 | Tradução: Vinicius Gomes Os norte-americanos estão sofrendo com uma séria falta de fé no sistema – na realidade, a confiança no governo dos EUA nunca foi tão baixa. De acordo com a última pesquisa da CNN, apenas 13% dos norte-americanos concordam que o seu governo “pode ser confiado a fazer sempre a coisa certa, ou na maioria das vezes”. Por outro lado, 75%  dizem que o governo trabalha apropriadamente “algumas vezes, um número perturbador. Certamente, uma democracia saudável e funcional não criaria tanta desconfiança entre sua população. “O número de aquele que confiam no governo sempre ou na maioria das vezes caiu tanto que é difícil se lembrar da última vez em que era rotineiro o norte-americano confiar em seu governo”, disse Keating Holland, o chefe de pesquisas da CNN. Essa é uma queda notável da confiança legítima que existia décadas atrás. Ao longo da década de 1960, os norte-americanos tinham opiniões positivas para com o governo. A maioria dos entrevistados em pesquisas naqueles anos, respondiam que confiavam “sempre ou na maioria das vezes”. Tudo isso mudou quando o escândalo de Watergate veio à tona. Em 1974, apenas 36% dos norte-americanos expressavam boa-fé no governo. Desde então, esse número nunca mais passou dos 50%, com uma única exceção proeminente: um período imediato após os ataques de 11 de setembro, em 2001. Enquanto o patriotismo coletivo, que transbordava na época, resultou em uma ascensão desses números temporariamente, eles voltaram a cair drasticamente desde então, presumivelmente por conta das precipitadas decisões de invadir o Iraque, um país que não estava envolvido com os ataques de 11 de setembro. Falando sobre Watergate, aproveitando o 40° aniversário do escândalo, a CNN também fez uma pesquisa sobre os sentimentos dos norte-americanos para com o incidente de 1974. A diferença etária sobre esse assunto é bem reveladora: os norte-americanos com mais de 40 anos declararam que Watergate foi um enorme problema, enquanto aqueles abaixo dos 40 anos rotularam o incidente como apenas política. Obviamente, o fato de cidadãos jovens diminuírem Watergate não é um sinal de que aquele comportamento era aceitável e sim, um sinal que reflete a crescente desconfiança para com o governo e a crença que ações ardilosas como Watergate é uma prática padrão na política moderna. Complementando as questões relacionadas ao governo, a pesquisa perguntou se os norte-americanos tinham confiança no setor privado. O número daqueles que confiam nas corporações também era abissal: apenas 17%. Dito isso, a correlação entre essas baixas estatísticas não é uma surpresa total, considerando que a profana aliança entre corporações e os políticos dos EUA leva muitos cidadãos a olharem para os dois e enxergarem, em sua essência, a mesma entidade.

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