Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, criticou nesta quinta-feira (15) o que classifica como uma nova tentativa dos EUA de interferir no governo de Cuba ao incitar apoio às manifestações que ocorrem na ilha.
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"A lógica aqui é simples. Ela já foi testada muitas vezes por Washington em diferentes situações, mas tudo na mesma forma – na instigação de “revoluções coloridas” contra regimes indesejáveis. No início contra eles são introduzidas sanções, são criados ou impostos do exterior problemas artificiais, que agravam a situação socioeconômica. Com base nisso, são provocadas tensões e inflamados os sentimentos antigovernamentais", disse Zakharova, segundo a agência Sputnik.
Segundo a representante do governo russo, como sempre, os Estados Unidos ocultam suas próprias atividades subversivas e intenções conjunturais.
"Quando a 'massa crítica' se acumula, a culpa é atribuída ao governo nacional. Ele é rotulado, suas atividades são desacreditadas de todas as maneiras, e dessa forma a situação é levada até o colapso. O mesmo algoritmo eles estão tentando aplicar agora a Cuba", emendou.
Segundo Zakharova, "apesar de todas as medidas aplicadas pelas autoridades centrais cubanas para manter a economia do país e ajudar a população, são elas que são acusadas por Washington pela atual situação de crise".
Golpe suave
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel afirmou nesta quarta-feira (14) a um programa de TV de Cuba que estão sendo desenvolvidas ações para desferir um "golpe suave" contra a ilha caribenha.
Segundo ele, os atos registrados em algumas cidades do país seguem "todos os preceitos da guerra não convencional".
“Esse setor muito conservador une a máfia cubano-americana. Em torno disso, as principais aspirações desse setor conservador têm sido justamente tentar aplicar uma política de golpe suave contra nosso país”, disse Díaz-Canel.
“O sentimento dos cubanos não é de ódio, mas de solidariedade. Eles vieram armados e anunciando mortes de pessoas, atirando pedras, atacando lugares (…) Foram cometidos atos que violam a Constituição da República, endossada por mais de 80 por cento da população", emendou.