Exemplo no combate à Covid-19, Jacinda Ardern obtém vitória histórica nas eleições na Nova Zelândia

Aos 40 anos, Jacinda Ardern foi reeleita primeira-ministra e seu partido, Trabalhista, de centro-esquerda, deve ocupar 64 das 120 cadeiras do parlamento neozelandês em feito inédito na história política do país

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern - Reprodução/Facebook
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Aos 40 anos, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, protagonizou um feito histórico ao ser reeleita nas eleições gerais deste sábado (17) após ganhar o mundo por priorizar vidas em vez da economia no combate ao coronavírus no país.

Com a maioria das cédulas de votação apuradas, o seu Partido Trabalhista, de centro-esquerda, tem 49% dos votos, impondo uma vitória esmagadora contra o Partido Nacional, de centro-direita, que soma 27% do resultado.

Com o resultado, o Partido Trabalhista deve ocupar 64 das 120 cadeiras do parlamento neozelandês, número recorde desde que o país adotou o sistema de votação proporcional, em 1996 - o Nacional deve ter 35 assentos. Será a primeira vez na história que um partido vai governar sozinho. O ACT - que aglutina noelibrais - e os verdes terão 10 cadeiras cada um e o partido Maori 1.

"A Nova Zelândia mostrou que o Partido Trabalhista tem seu maior apoio. E posso prometer uma coisa: nós seremos um partido que vai governar para cada um dos neozelandeses", afirmou Ardern após o anúncio da vitória sobre Judith Collins, do Partido Nacional.

Desde o início da pandemia, a Nova Zelândia registrou pouco mais de 1,8 mil casos confirmados de Covid e apenas 25 mortes por complicações do vírus. O chegou a ficar 102 dias sem nenhuma transmissão comunitária, antes de registrar uma segunda onda. No início de outubro, Arden anunciou que o país estava novamente livre de contaminações, após 12 dias sem novos registros.

https://twitter.com/nzlabour/status/1317407068085719045

Eutanásia e maconha
Além das eleições, a Nova Zelândia - que adiou o pleito, marcado inicialmente para setembro, por causa da pandemia - realizou dois plebiscitos: para legalizar a eutanásia e permitir o uso recreativo da maconha.

Ardern votou sim pela eutanásia, mas não abriu seu voto sobre o uso recreativo da maconha. Em um dos debates eleitorais, a primeira-ministra afirmou que já havia experimentado maconha "há muito tempo".

A confissão teria reforçado a imagem de Ardern como cidadã comum e honesta. No país, cerca de 80% das pessoas dizem já ter experimentado a substância.