Exército colombiano admite ter 118 oficiais envolvidos em casos de abuso sexual

Entre eles, há 27 casos cujas vítimas são menores de idade, e também 6 casos de abusos coletivos. Além disso, 73 desses abusadores continuam ligados às forças armadas

Eduardo Zapateiro, ao centro (Foto: Ministério de Defesa da Colômbia)
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Em entrevista para meios locais realizada nesta quarta-feira (1), o comandante-chefe das Forças Armadas da Colômbia, general Eduardo Zapateiro, assumiu que a instituição está atolada em casos de abusos sexuais cometidos por seus oficiais.

Ao todo, são 118 casos tramitando na Justiça, envolvendo oficiais da marinha, exército e aeronáutica, dos quais 45 já tiveram ao menos uma sentença em primeira instância.

Apesar da promessa do general Zapateiro de iniciar uma política de “tolerância zero à violência sexual” nas instituições militares, o Ministério Pública da Colômbia informou que apenas esses 45 com sentença em primeira instância foram afastados das suas funções. Ou seja, os demais 73 acusados continuam ligados às forças armadas colombianas.

Entre os outros dados relevantes mostrados pelo Ministério Público estão 27 casos de abusos cujas vítimas eram menores de idade, e também há 6 casos de abusos coletivos.

Também há processos onde os dois problemas se misturam, como o que aconteceu na semana passada, quando uma menina indígena de 13 anos foi estuprada por um grupo de 7 militares – todos eles já foram expulsos da instituição e tiveram sua prisão preventiva decretada pela Justiça.

Na entrevista, o general Zapateiro defendeu a instituição das acusações de que os comportamentos sexuais indevidos são um problema generalizado. “Nenhum soldado é treinado na instituição para estuprar ou para violar os direitos humanos”, assegurou o comandante militar.