Filha de homem negro assassinado por policiais em Atlanta esperava o pai para comemorar aniversário

A menina, que não teve seu nome divulgado, completou 8 anos neste sábado, um dia após o assassinato do pai por parte de policiais brancos, na cidade de Atlanta, no sul dos Estados Unidos

Rayshard Brooks com a esposa e as três filhas (foto: arquivo familiar)
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O racismo estrutural nos Estados Unidos continua colecionando histórias indignantes de pessoas negras assassinadas pela polícia por motivos banais.

Desta vez, foi o caso de Rayshard Brooks, um trabalhador de 27 anos, que estava simplesmente tirando um cochilo dentro do seu carro, parado em um estacionamento de uma lanchonete, na cidade de Atlanta, no sul dos Estados Unidos, quando foi abordado pela polícia local.

Brooks havia tomado bebidas alcoólicas, minutos antes, mas não estava dirigindo, pelo contrário, descansava enquanto esperava o efeito passar. Perto dali, sua filha o esperava para comemorar seu aniversário de 8 anos. O trabalhador queria apenas descansar e deixar o efeito do álcool passar para poder visitar a menina (a imprensa local tem evitado publicar seu nome, para preservá-la), no seu dia especial.

Apesar de que Brooks não estava cometendo nenhuma infração, já que o carro não estava em movimento, a polícia o obrigou a sair e ameaçou levá-lo a fazer um exame de bafômetro, apesar de ele não estar infringindo nenhuma lei.

Desesperado pela possibilidade de ser preso na véspera do aniversário da filha, Brooks tomou uma atitude desesperada e roubou a pistola taser de um dos policiais, com a qual tentou fugir, mas acabou sendo atingido por a tiros por outros policiais que participavam da ação.

O assassinato de Rayshard Brooks provocou reações na cidade de Atlanta similares às que ocorreram em Minneapolis após o assassinato de George Floyd por policiais. Os dois casos mostram a crueldade do racismo estrutural presente nas instituições policiais nos Estados Unidos.