FMI faz terrorismo eleitoral na Argentina para favorecer Macri

Buscando impulsionar Macri e derrubar o kirchnerismo, o FMI modifica previsões de crescimento econômico e de redução do PIB na Argentina e elogia política austera do atual presidente

Bolsonaro e Mauricio Macri (Foto: Marcos Corrêa/PR)
Escrito en GLOBAL el
O Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em campo nesta segunda-feira (15) para defender a reeleição de Maurício Macri na Argentina. Beneficiado com o maior empréstimo da história do FMI, Macri está em uma situação frágil com um índice de desemprego incontrolável e uma inflação bastante instável. Em relatório sobre o país, o organismo reduziu a previsão de crescimento econômico para 2020 de 2,2% para 1,1% e aumentou de 1,2% para 1,3% a estimativa de queda do PIB. A principal causa para a mudança nos índices é exatamente, segundo o texto, "a incerteza por causa do período eleitoral que se avizinha". O Fundo louvou a política macrista e disse que o governo tem cumprido com os compromissos firmados com a entidade. “As autoridades argentinas continuam mostrando um sólido compromisso com seu programa de política econômica e cumpriram todas as metas pertinentes no marco do plano respaldado pelo FMI. Apesar de ter demorado, os esforços feitos em matéria de políticas estão começando a dar frutos”, diz o relatório. "A economia está começando a se recuperar gradualmente da recessão do ano passado”, completa. No documento não há menção à possibilidade de vitória do kirchnerismo, mas a “incerteza” certamente se refere a um possível triunfo eleitoral da chapa de Alberto Fernández e Cristina Fernández de Kirchner, contrários à política de ajuste ordenada pelo FMI. Alberto, candidato à presidência, comentou o relatório do FMI pelo Twitter. "Depois de financiar a campanha de Macri, o FMI volta a dizer que se equivocou, que fizemos um ajuste e que mais uma vez no ano seguinte não crescemos. Mais quatro anos com essa economia podem provocar um dano irreparável", afirmou. Na semana passada, o Fundo enviou a Macri uma quinta parcela, de 5,4 bilhões de dólares, do empréstimo concedido ao governo argentino, que totaliza 56 bilhões.